Por Victor Farinelli.
Faleceu nesta terça-feira (25) o ex-ditador egípcio Hosni Mubarak (1981-2011), aos 91 anos, vítima de um problema cardíaco.
A família ainda não emitiu nenhum comunicado oficial a respeito. A imprensa do Egito informa apenas que ele se encontrava há um mês em uma clínica no Cairo, em cuidados intensivos.
Hosni Mubarak assumiu o poder no Egito em 1981, após o assassinato de Anwar Al Sadat, por ser vice-presidente naquele então. Logo, foi presidente democrático do país, embora reeleito quatro vezes, em 1987, 1993, 1995 e 1999.
Em 2003, resolveu dar a si mesmo plenos poderes, e passou a ser oficialmente um ditador. Se manteve intocado até a chamada Primavera Árabe. Renunciou à presidência do Egito, em fevereiro de 2011, quando uma série de manifestações no Cairo colocaram seu regime em xeque e o fizeram renunciar, após 30 anos no cargo.
Ao deixar o poder, foi julgado e condenado a prisão perpétua, por sua responsabilidade na morte de 850 manifestantes durante a Primavera Árabe. Durante uma das audiências, em dezembro de 2011, ele chegou a ter um ataque cardíaco, e foi internado às pressas.
Seu governo foi marcado por uma forte ligação com os demais países árabes, altos e baixos com Israel, e boas relações com os Estados Unidos – por exemplo esteve do lado dos norte-americanos durante a Guerra do Golfo, em 1992.
Em 2004, Mubarak, uma entrevista sua ao jornal francês Le Monde, causou impacto, especialmente sua declaração de que “existe um ódio sem precedentes contra os Estados Unidos nos países árabes, devido à proteção econômica e militar concedida pelo governo norte-americano a Israel”.
Também era questionado por ter enriquecido ilicitamente durante a presidência. Segundo uma matéria do canal estadunidense ABC News, sua fortuna gira em torno de 50 e 70 bilhões de dólares.
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