O Brasil possui uma das melhores condições no mundo para produção de energia solar. Apesar disso e da busca por energia renovável ser unânime e crescente por aqui, o país ocupa apenas a 10ª posição de países que mais produzem e consomem energia solar, representando hoje 1,2% da matriz energética brasileira. O Brasil instalou 1,2 GW de energia solar em 2018, totalizando 2,4GW de capacidade instalada acumulada.
Alguns municípios, no entanto, se destacam no uso da tecnologia. A capital carioca lidera o ranking da cidade que possui maior potência instalada com 17,7MW. Mas, é o estado de Minas Gerais que lidera a geração distribuída da energia renovável.
O estado mineiro possui três cidades no ranking das 10 cidades em potência instalada por geração distribuída do país, conforme dados de 2019 da ANEEL e Absolar (Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica). São 241,9MH instalados, muito acima dos 189,7MW do Rio Grande do Sul, o segundo do país em potência instalada.
O segredo? Incentivo para a energia “limpa”. Além de ter altos índices de incidência solar em grande parte do ano, o governo de Minas Gerais foi pioneiro em conceder isenção do ICMS para projetos de energia fotovoltaica. Com essa combinação de irradiação e isenção atualmente o estado lidera o número de instalações.
Uberlândia é a cidade mineira com maior número de instalações de sistema com um total de 14,8MW instalados, seguida da capital Belo Horizonte que possui 10,3MW e Buritizeiro (uma cidade com menos de 30 mil habitantes) com 8,8MW.
Cidades do Centro-Oeste e do Nordeste também se destacam no ranking, com destaques para as capitais Brasília, Fortaleza, Cuiabá, Teresina e Goiânia.
Apesar de contar apenas com a pequena Santa Cruz do Sul, no centro do Estado, no ranking das 10 cidades com mais potência instalada no país, o Rio Grande do Sul destaca-se no quadro estadual. Com 189,7MW instalados é o segundo em geração distribuída do país.
De acordo com a Absolar, o RS ocupa a posição por ter mais sistemas de energia solar comerciais instalados, que possuem maior potência se comparados aos sistemas residenciais. De acordo com dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a cidade de Santa Cruz do Sul possui em operação mais de 500 usinas de geração de energia fotovoltaica instalados em residências e comércio.
São Paulo está no terceiro lugar estadual e possui um dos maiores registros de sistemas instalados em residências, de acordo com dados da Aneel. “Uma das nossas maiores riquezas é o nosso sol, temos o clima e território perfeito, e saber aproveitar este recurso que está disponível é mais que inteligente, é sustentável e necessário. Eu vejo o nosso trabalho como um serviço de utilidade pública”, comenta Alcione Belache, CEO da Renovigi, líder brasileira na produção de sistemas fotovoltaicos.
O CEO da Renovigi reforça que a perspectiva de crescimento é grande em todo território nacional. “No mês de dezembro de 2018 apenas 0,7% da oferta de energia elétrica no Brasil foi gerada pela fonte solar fotovoltaica, conforme dados do Ministério de Minas e Energia. Mas, em compensação, estimativas do setor apontam que 886.723 sistemas fotovoltaicos serão instalados somente no Brasil até o ano de 2024”
O uso da energia renovável é uma tendência mundial. De acordo com um relatório divulgado pela ONU, a energia solar vem se destacando perante as demais fontes de energia elétrica no mundo e hoje é considerada a principal responsável pelo desenvolvimento sustentável. Somente em 2018, foram investidos US$ 139,7 bilhões em energia solar no mundo.
Ranking municipal em potência instalada (MW)
1º Rio de Janeiro – RJ – 17,7 (1,5%)
2º Brasília – DF – 16,3 (1,3%)
3º Fortaleza – CE – 15,6 (1,2%)
4º Uberlândia – MG – 14,8 (1,2%)
5º Cuiabá – MT – 12,4 (1%)
6º Santa Cruz do Sul – RS – 11,0 (0,9%)
7º Teresina – PI –– 8,8 (0,9%)
8º Belo Horizonte – MG – 10,3 (0,8%)
9º – Goiânia – GO – 9,6 (0,8%)
10º Buritizeiro – MG – 8,8 (0,7%)
Veja o ranking entre os estados
1º Minas Gerais – 241,9 (19,9%)
2º Rio Grande do Sul – 189,7 (15,6%)
3º São Paulo – 156,3 (12,9%)
4º Mato Grosso – 81,7 (6,7%)
5º Paraná – 59,4 (4,9%)
6º Rio de Janeiro – 55,3 (4,6%)
7º Santa Catarina –– 54,9 (4,5%)
8º Goiás – 48,3 (4 %)
9º – Ceará – 47,7 (3,9%)
10º Pernambuco – 33,9 (2,8%)
Os dados são da Absolar.