Saberes infames

Por V.B., para Desacato.info.

Como o corvo se alimenta da carniça do mundo,

Tu te alimentas de crenças apodrecidas.

Corrompe as sensações com saberes infames.

Digere-as com silêncios tilintantes.

O coração aflito se protege do beijo gelado de uma boca de palavras anestésicas.

Determinada a calar a surdez de uma fala prostituta,

A voz avoluma-se e salta latente de sussurros coléricos,

Que incham como a umidade que penetra, enruga, estufa e esfarela.

Cor agora de uma parede sem manchas, desbotada.

 

Dezembro, 2014

 

Imagem de capa: Pintura rupestre de 40 mil anos achada em Bornéu

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