A chancelaria russa exigiu, nesta terça-feira (10), que a União Europeia (UE) explicasse a suposta criação de um “exército unificado” que seria dirigido à Rússia, enquanto a Otan se aproxima de suas fronteiras em um sinal de ameaça.
O vice-ministro de Relações Exteriores, Alexéi Mechkov, disse que a UE deveria explicar o que exatamente quis dizer o comissário Jean-Claude Juncker quando publicamente apresentou essa ideia.
“Os políticos europeus em diferentes níveis propuseram essa ideia nos últimos 30 anos, mas queria adivinhar o que Juncker considerou agora”, expressou o diplomata, ao comentar sobre o tema que gera preocupação em Moscou.
O presidente da Comissão Europeia afirmou recentemente, em entrevista concedida a um jornal alemão, que o velho continente precisava de um exército próprio, para “que entre outros objetivos, aponte à Rússia e torne a UE mais forte”, mas sem competir com a Otan.
Um exército unificado deveria traçar uma política exterior e de segurança comum, o que permitiria à Europa “tomar mais responsabilidade pelos acontecimentos no mundo”, alegou Juncker.
De acordo com o jornal Welt am Sonntag, a ideia é apoiada por políticos europeus, especialmente a ministra de Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, que considerou necessária e apropriada a existência de forças armadas europeias.
A imprensa russa lembra que a maioria dos estados da UE são membros da Otan e estão sob um comando único, como regra, do general estadunidense, Philip Breedlove, à frente das forças armadas aliadas na Europa.
Em Moscou, o chanceler Serguei Lavrov advertiu nesta terça-feira que a expansão da atividade militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) perto das fronteiras russas impede uma possível restauração da confiança de Moscou no bloco.
Lavrov indicou durante uma coletiva de imprensa conjunta com seu par espanhol José Manuel Garcia-Margallo que a resposta de seu país será adequada, mas enfatizou de que a solução dos problemas passa por um diálogo de respeito e em condições de igualdade.
“Em geral, a Rússia acharia bom se cada país da União Europeia se guiasse por seus próprios interesses”, argumentou.