No final de quarta-feira (23), início da madrugada de quinta-feira (24) no horário de Brasília, o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, anunciou o início de operações militares na região de Donbass, onde ficam as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, a Ucrânia alega uma invasão em larga escala.
O presidente russo declarou, em seu pronunciamento, que havia em curso na região de Donbass um “genocídio” contra a população das duas repúblicas populares, que estaria ocorrendo há oito anos, com a Ucrânia desrespeitando os acordos de Minsk. Segundo o anúncio (veja vídeo da agência Sputnik, abaixo, com trechos do discurso), Putin diz que a Rússia não pretende dominar a Ucrânia, mas aponta que a fala do presidente ucraniano Vladimir Zelensky, de que Kiev poderia rever o Memorando de Budapeste, de 1994, e se tornar uma potência nuclear, é inaceitável para Moscou. Putin também diz que o objetivo da operação é a “desmilitarização e desnazificação da Ucrânia”. O líder da Federação Russa se dirigiu às forças armadas ucranianas, pedindo aos militares de Kiev que deponham as armas e lembrem-se de que prestaram juramento ao povo, não à junta governamental.
O governo ucraniano, por outro lado, informa que está ocorrendo uma invasão em larga escala e, segundo Alexey Reznikov, ministro da Defesa da Ucrânia, “o inimigo ataca, mas nosso exército é inquebrável”. O dirigente ucraniano pediu aos cidadãos de seu país que peguem em armas diante da ofensiva russa.
O conflito adquire proporções de uma gravidade inaudita, depois de anos de cerco da Rússia por tropas e armas da Otan/EUA, fato repetidamente denunciado por Moscou como potencial gerador de perigosas confrontações.
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