RBA.- “Demitam sem dó.” Essa foi a sugestão, ou conclamação, da empresária ruralista Roseli Vitória Martelli D’Agostini Lins a seus colegas do agronegócio. Com isso, ela pregava a demissão de empregados que votassem no candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Questionada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia, ela assinou um termo de ajuste de conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para se retratar, reconhecendo que errou ao praticar assédio eleitoral.
Segundo o MPT, no TAC ela se compromete ainda a não praticar mais nenhum ato de assédio eleitoral. Em caso de descumprimento, está prevista multa de R$ 20 mil por item e a cada ocorrência.
A retratação, por meio de redes sociais da ruralista, começou a circular nesta quarta (21). Assista aqui.
A postagem original, agora excluída, foi feita em 26 de agosto. Nela, a empresária, além de cobrar demissões “sem dó”, voltou-se contra os colegas ruralistas. Afirmou que empresários do agronegócio favoráveis a Lula também deveriam sair do setor.
Prática ilegal
“O acordo evitou que o caso fosse levado ao Judiciário e se arrastasse para além do período eleitoral”, informa o Ministério Público. “A ruralista se comprometeu a divulgar esta semana em suas redes sociais vídeo em que se retrata e esclarece que assediar trabalhadores é uma prática ilegal.”
Além disso, o acordo prevê que a título de dano moral coletivo a empresária banque uma campanha de esclarecimento em emissoras de rádio da região oeste da Bahia e na capital do estado. A campanha deve reforçar a liberdade do voto e a ilegalidade de coação de trabalhadores no processo eleitoral. Esses spots serão veiculados a partir da próxima semana, até as vésperas da eleição.