O coronel Ricardo Célio Chagas Bezerra, dono de uma fazenda de exploração de madeira em Altamira, no interior do Pará, foi nomeado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a ocupar o cargo de superintendente do Ibama no Ceará. A região onde Bezerrinha, como é conhecido, explora madeiras foi alvo do Dia do Fogo, em que ruralistas incendiaram a Amazônia como demonstração de apoio à política de desmatamento de Jair Bolsonaro.
A nomeação foi publicada nesta quarta-feira (5) no Diário Oficial. O coronel é filiado ao PSL e chegou a disputar as eleições no ano passado, mas obteve apenas 13.000 votos e ficou como suplente de deputado federal.
No Facebook, o novo chefe do Ibama compartilha opiniões agressivas contra ONGs que atuam na região amazônica. Ele também chama de “notícias sensacionalistas” as que relatavam aumento no desmatamento e incêndios neste ano. No dia 23 de agosto, ele fez um post dizendo que todos os presidentes que antecederam Bolsonaro “lotearam nossa Amazônia com 100.000 Ongs”.
“Safados, oportunistas, venderam nossas riquezas, nossa soberania. Traidores do povo e da nação”, escreveu o coronel. Na publicação, aparecem as imagens de Sarney, Collor, FHC, Lula e Dilma. Bezzera foi um dos coordenadores do “Movimento Direita Ceará”, que apoiou a campanha do presidente Jair Bolsonaro pela região do Nordeste.
Na lista de bens declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o coronel mostra ser proprietário de dois terrenos, um avaliado em 3,5 milhões de reais e outro de 160.000 reais. Bezerra é dono da fazenda Arapari, localizada na rodovia Transamazônica, na altura de Altamira. Conforme os registros, a principal atividade econômica da fazenda é “extração de madeira em florestas plantadas”.
