Por Paulo Nogueira.
Rosangela representou esta semana o marido no processo que Lula lhe move por abuso de poder. Ela insistiu no caso do sítio de Atibaia, para alguns a fábula dos Dois Pedalinhos.
Veja a fragilidade de sua argumentação. Ela disse que o fato de terem sido encontrados objetos de Lula no sítio indica, “aparentemente, que ele é o real proprietário”.
Aparentemente?
Como assim? Depois de tanto tempo (e dinheiro público) gastos na investigação da propriedade do sítio, esta é a melhor expressão que Rosangela tem para defender o marido?
A palavra “aparentemente” é fatal. Quem está habituado a escrever sabe disso. Você a usa quando não tem certeza sobre determinada coisa.
Repito: quando você não tem certeza de alguma coisa. É uma proteção.
Quando você vê nuvens carregadas pode dizer, por exemplo: “Aparentemente, vai chover.”
A defesa de Rosangela Moro, na verdade, depõe contra Moro e a Lava Jato.
E reforça o que os advogados de Lula têm dito: trata-se de uma perseguição em que a lógica é “danem-se as provas”.
Fonte: DCM