Rosa Luxemburgo impulsiona luta pela reforma agrária popular em várias regiões do país

Legado da pensadora marxista e militante de esquerda polaco-alemã segue vivo em vários territórios do MST

Rosa Luxemburgo. Foto: Reprodução/Internet.

Por Solange Engelmann.

Uma das mais influentes pensadoras marxistas de sua época, fundadora de várias organizações de esquerda na Europa no final do século 19 e início do século 20, Rosa Luxemburgo e seu companheiro de partido Karl Liebknecht foram presos e assassinados por tropas do governo em 15 de janeiro de 1919, em Berlim, Alemanha.

Nascida no dia 5 de março de 1871, na Polônia, Rosa Luxemburgo foi filósofa, economista e militante do Partido Social-Democrata Alemão, presa várias vezes devido sua militância política e suas ideias revolucionárias, que seguem ecoando pelo mundo. Em seus textos inéditos defendeu o esclarecimento e a organização dos trabalhadores, ela acreditava que a libertação da classe trabalhadora deveria ser obra da própria classe. Na reta final de sua militância adota a palavra de ordem “Socialismo ou barbárie!”.

Uma Rosa em muitas rosas!

Rosa Luxemburgo foi uma mulher revolucionária de múltiplas faces: militante da política partidária, marxista, feminista, enfrentou o machismo e patriarcado da social-democracia alemã e defendeu os interesses das mulheres trabalhadoras. Foi uma das fundadoras da Liga Spartakus, organização socialista que atuou na Alemanha contra o militarismo e o imperialismo e depois inspirou a criação do Partido Comunista Alemão.

Hoje, após 102 anos de seu assassinato e quase 150 anos de seu nascimento, o legado de Rosa Luxemburgo segue vivo, mantendo a esperança dos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra do MST, impulsionando a luta pela terra e Reforma Agrária Popular em vários territórios do país.

Exemplo de luta ecoa entre nordestinos e nordestinas

Um exemplo disso é o Assentamento Rosa Luxemburgo, localizado no município de Carnaubais, na região do vale do Assú, no Rio Grande do Norte, com 11 anos de existência e 70 famílias assentadas. O Assentamento está em uma região de conflitos do agronegócio, com empresas de fruticultura irrigada de Banana.

RN: Assentados em frente a placa do Assentamento em Carnaubais. Imagem: MST/RN

Conforme o assentado Júnior Antonio do Nascimento, o nome do assentamento foi escolhido por Rosa ter sido uma mulher de luta.

No Ceará, 21 famílias assentadas da Reforma Agrária também escolheram a lutada para prestar homenagem e inspirar a luta, na criação do Assentamento Rosa Luxemburgo, em Jaguaruana. A área foi desapropriada para o assentamento em 4 de novembro de 2008.

Legado permanece vivo em assentamentos e escola popular do MST no Sudeste e Sul

Em São Paulo, 89 famílias de trabalhadores Sem Terra criaram o Assentamento Rosa Luxemburgo, no município de Agudos – SP. A antiga fazenda Agrocentro foi reconhecida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) como Assentamento Rosa Luxemburgo, em 2014.

Imagem aérea espaço da Escola Rosa Luxemburgo. Foto: Cortesia ONG Peabiru, agosto de 2020.

Na área comunitária do Assentamento as famílias criaram a Escola Estadual Popular Rosa Luxemburgo, que iniciou suas atividades em 2009 com o apoio da comunidade assentada. Os primeiros cursos foram de formação técnica e superior do Curso de Bacharelado em Agronomia com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); o Técnico de Agroecologia em parceria com a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) de Botucatu, e de Tecnólogo em Agroecologia com a UNESP de Marília, entre 2015 e 2017. Ao mesmo tempo, a escola ministra o curso Médio Integrado ao Técnico em Agroecologia com ênfase em Agrofloresta.

Formatura do curso Pós-Médio em agroecologia, “Turma Ana Primavesi”, 2017. Foto: Escola Estadual Popular Rosa Luxemburgo.

No espaço também, são desenvolvidas atividades como cursos de formação política, encontros, congressos, entres outros. Bem como experiências de agricultura agroecológica, como horta mandala, sistema de plantio em círculo com integração de plantas e animais, e uma área de Agrofloresta.

Já em Minas Gerais 90 famílias criaram a ocupação Rosa Luxemburgo, no Acampamento Quilombo Campo Grande, município de Campo do Meio, no Sul do estado.

E no Paraná, 53 famílias Sem Terra conquistaram o Assentamento Rosa Luxembrugo, em 2008, no município de Congonhinhas, região Norte.

*Editado por Fernanda Alcântara.

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