Sofia Andrade entrevistou no Mural da Manhã o sociólogo Ricardo Antunes sobre as transformações no mundo do trabalho, com foco na precarização, na informalidade e na luta pela redução da jornada de trabalho, especialmente contra o regime de escala 6×1 (seis dias de trabalho para um de folga). Antunes contextualiza historicamente a criação da carteira de trabalho no Brasil durante o governo de Getúlio Vargas, destacando seu papel tanto na garantia de direitos quanto no controle dos trabalhadores pelo Estado. Ele também discute a evolução do trabalho, desde o modelo fordista até a atual era digital, marcada pela plataformização e pela perda de direitos trabalhistas.
Antunes critica a ideia de “pleno emprego” e aponta que a informalidade e a precarização são características globais do capitalismo contemporâneo, agravadas pela inteligência artificial e pela automação. Ele enfatiza a importância da luta pela redução da jornada de trabalho como um passo crucial para a emancipação dos trabalhadores, mas também questiona o que e para quem se produz, defendendo a necessidade de repensar o sistema produtivo em um contexto de crise ambiental e social. Por fim, ele reflete sobre a reinvenção dos sindicatos e a importância de organizar os trabalhadores em um cenário de trabalho cada vez mais fragmentado e desregulamentado.
Assista à entrevista no vídeo abaixo: