Carta ao silêncio
Diante do cenário que temos no Brasil e no mundo, do contágio de corona vírus- uma pandemia.
Diante da ideia de três respiradores na África (lembrando que África é um continente inteiro). Diante da ideia do corona chegando na Rocinha.
Diante do quase colapso do SUS.
Diante do indígena de etnia Yanomami morrer aos 15 anos.
Uma carta aberta ao silêncio.
Antes de precipitadas análises sociais, silêncio.
Antes de achar que nós somos o vírus, silêncio.
A modernidade tecnológica classista não suporta não ter análises. Silêncio.
Como podemos ajudar? O que está ao nosso alcance?
Cestas básicas? Água e sabão? Quarentena? Denunciar o mercado do seu bairro que obriga as funcionárias a trabalhar sem máscara?
Eu me nego a viver num mundo onde pessoas “espiritualizadas” acham que o trabalhador cansado que não separa o seu lixo é o excesso k organismo da Terra que está sendo eliminado.
Silêncio!
Se você não tem como ajudar agora talvez o silêncio seja a revolução.
A vida das pessoas já mudou. O luto será individual e coletivo.
Por favor classe alta espiritualizada, silêncio!
O vírus que existe na Terra é o capitalismo!
Ele tortura pessoas diariamente.
Não sabemos quando vai acabar. Silêncio. Que vem muito pela frente. Silêncio. As energias poupadas porque o capitalismo encontra formas de se reorganizar. Para uma revolução de fato precisamos individualmente mexer as mãos e se movimentar. A reforma agrária e a luta de classes não vão ser solucionadas pelo coronavírus.
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#desacatosemprepresente