Resposta à Carta da Cátedra Antonieta de Barros por debate sobre Palestina/Israel na UFSC

Observação do Portal Desacato. Onde diz comunidade judaica, deveria falar comunidade sionista, porque o problema nunca é com os judeus e judias, mas com as políticas sionistas adotadas. Essa confusão de judaísmo com sionismo só faz o jogo do sionismo que quer que as pessoas acreditem que é tudo a mesma coisa.

Resposta da  Apufsc-sindical:

“A Universidade deve ser, principalmente, o espaço no qual todos as opiniões são respeitadas. O direito fundamental que ela encarna, como instituição, é o direito à palavra. Evidentemente que há limites desse direito: não se deve tolerar a intolerância mesmo que por palavras.

O debate organizado pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina e a comunidade palestina de Florianópolis com Breno Altman, jornalista judeu coordenador do site Ópera Mundi; Carlos Latuff, cartunista e ativista político e Fawzi El-Mashini, embaixador da Palestina no México, não é uma atividade promovida pela Apufsc-sindical. O Sindicato dos professores/as das Universidades Federais de Santa Catarina foi convidado a auxiliar com os custos das respectivas passagens (aliás, registre-se que os pedidos de auxílio financeiro tem sido a relação mais reiterada entre a Apufsc-sindical e a reitoria) e prontamente aceitou colaborar. Importante lembrar também que em novembro de 2023, a Apufsc-sindical se comprometeu a financiar um ciclo de debates sobre a história do judaísmo, e nesse ano, nos oferecemos para organizar um ciclo de debates a pedido da diretora do Museu do Holocausto em Curitiba. E colaboramos porque acreditamos que se assiste hoje, na Faixa de Gaza, a um Genocídio, e por Genocídio entendemos o desejo, o projeto e/ou plano de eliminar fisicamente um povo, um grupo étnico, uma nação.

Acreditamos, também, e sobretudo, que a solidariedade independe de cor, gênero e raça ou ela não pode receber o nome de solidariedade humana. Isso deveria ser óbvio, mas lamentavelmente não parece ser. Registre-se também que todos os sites que denunciam Carlos Latuff como antissemita são ligados à comunidade judaica nacional ou internacional.

Do mesmo modo, os ataques a Breno Altman perpetrados por entidades judaicas tem sido um vergonhoso ataque ao direito à palavra e à opinião dissidente. Em nossa opinião, não há nada em suas respectivas produções, como cartunista ou como jornalista, que corrobore essa interpretação de antisemitismo, termo que, aliás, se tornou subterfúgio para conspurcar qualquer crítica ao atual governo de Israel. As críticas de ambos, que compartilhamos, se dirigem ao sionismo, a última expressão do imperialismo do século XIX e que ainda perdura no século XXI.

Por fim, mas não menos importante, registramos que se esse princípio de solidariedade humana que extrapola gênero, cor e etnia não é compreendido pela Cátedra Antonieta de Barros, nós da Apufsc-sindical, nos retiramos de todas as formas de colaboração e cooperação com a referida cátedra, reconhecendo que ela não cumpre o papel para o qual foi instituída.”

Leia aqui a carta da Cátedra Antonieta de Barros

 

 

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