O 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte julga na manhã desta segunda-feira (13), o ex-policial Calixto Luedy Filho, que, acusado de ser um dos pistoleiros que comandaram o massacre de Felisburgo, que ocorreu em 2004.
Após 15 anos, o ex-policial ainda não tinha sido julgado. Ele é suspeito de estar na ação junto com seu primo Adriano Chafik, que foi condenado a 115 anos de prisão em 2017, mas que desde maio de 2018 é considerado foragido da Justiça. De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Calixto Luedy tornou-se jagunço do seu primo e seria o arquiteto do massacre.
Relembre o massacre de Felisburgo
Em novembro de 2004, Luedy e outros 18 pistoleiros atacaram o acampamento Terra Prometida, localizado em Felisburgo, Vale do Jequitinhonha-MG. Cinco trabalhadores rurais foram assassinados e outras 13 pessoas feridas, inclusive uma criança de 12 anos.
A área onde aconteceu o Massacre, chamada fazenda Nova Alegria, foi ocupada pelo MST em 2002. À época, o Ministério Público (MP) afirmou que as terras eram públicas. O Instituto de Terra de Minas Gerais, inclusive, já havia decretado 567 hectares da propriedade como terra devoluta, ou seja, uma propriedade considerada do Estado e que, por isso, deveria ser devolvida ao poder público.
No ataque foram vitimados: Iraguiar Ferreira da Silva, 23 anos; Miguel José dos Santos, 56 anos; Juvenal Jorge da Silva, 65 anos; Francisco Ferreira Nascimento, 72 anos; e Joaquim José dos Santos, 48 anos. O acampamento também foi queimado pelos assassinos, destruindo barracos, a escola, a casa de sementes utilizadas no plantio, entre outros pertences dos Sem Terra, deixando centenas de famílias somente com a roupa do corpo.