No final do 5º Congresso do PT, no último sábado (14), foi aprovada uma resolução em que os petistas afirmam que os réus da Ação Penal 470, o mensalão, foram condenados sem prova. O documento faz referência ao mensalão, mas evita qualquer enfrentamento com o Supremo Tribunal Federal. Segundo o texto, a mídia e a oposição tentaram criminalizar o PT e influir nas eleições.
A resolução dividiu os participantes do Congresso. A corrente Trabalho defendia uma mobilização pela anulação do julgamento. Integrantes da CNB, corrente à qual pertence o ex-presidente Lula, defenderam uma posição menos crítica ao Supremo Tribunal Federal, proposta que prevaleceu.
Aprovado com apoio da cúpula do partido, o documento não cita os presos – José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares -, mas diz que a sigla apoiará iniciativas de militantes e movimentos sociais pela “reparação das injustiças e ilegalidades contra os companheiros condenados”. Falando em nome da direção do partido, o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) afirmou: “Temos plena convicção da inocência dos companheiros Dirceu e Genoino. Minha posição é clara: nunca houve mensalão, compra de votos e corrupção ativa ou passiva”.
O comando do PT agiu para desmobilizar os que queriam, também, discutir a política de alianças eleitorais. O assunto será discutido em evento específico. “Nós não podemos ter um partido dividido ao meio. Nossa obrigação é construir a maior unidade possível”, disse Berzoini . Para o presidente do PT, Rui Falcão, o partido mostrou ser solidário com os companheiros presos.
O PT também aprovou uma moção pela desmilitarização das polícias e com críticas à violência das PMs na repressão aos protestos de junho.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Fonte: SUL 21