Repressão nas batalhas de Rap de Florianópolis

A Secretaria Municipal de Segurança Pública de Florianópolis têm coagido as batalhas de rap que acontecem na cidade, alegando a necessidade de autorização para ocupar o espaço PÚBLICO.

Para resumir o caso do que vem acontecendo:
No dia 31 de agosto, inúmeros agentes da Guarda Municipal e da Polícia Militar compareceram na Batalha da Alfândega, no centro da cidade, cercando o local com incontáveis viaturas. Além de impedir a realização da batalha, abordaram muitas pessoas ali presentes de maneira constrangedora e abusiva.
Também na Batalha das Mina, no dia 26 de agosto, policiais militares alegaram que só poderiam ocupar o espaço do terminal antigo mediante autorização, solicitando desligar a caixa de som, mesmo que não haja moradores ao redor e seja antes das 22h da noite.


As batalhas de rap da cidade resistem fortemente na ocupação do espaço público, sendo espaços de união e coletividade, de troca de conhecimentos e de lutas a várias formas de opressão e também de lazer.
Estão criando argumentos incabíveis para boicotar e criminalizar a cultura de rua, exigindo burocracias sem sentido para que as pessoas possam estar na rua fazendo rima!

A secretária de segurança pública, Maryanne Mattos, fez uma postagem recente buscando justificar as tratativas abusivas da GMF e PM como um suposto acompanhamento do evento, porém impediram o evento de acontecer e criou uma situação de dispersão de mais um movimento de rua.


Enquanto que ali do lado, ali mesmo, no mercado público e em muitos outros lugares da cidade, várias pessoas em seus espaços privilegiados e confortáveis consomem álcool e outras drogas e assim alegam que a batalha é desordeira e irresponsável.
Escancaram o que já sabemos: o racismo e o preconceito sobre o rap, cultura negra e periférica, e sobre os grupos que ocupam as batalhas. Querem uma cidade cartão-postal, “ilha da magia” embranquecida e higienizada.
Lançam mão de seus podres poderes pra tornar a gente invisível, mais do que já somos. Não nos querem com a voz ativa. Nos querem caladas (os).


AS BATALHAS PRECISAM DE APOIO, precisam que mais e mais pessoas colem junto pra ocupar o espaço porque juntas e juntos, somos mais fortes.
Não queremos bater de frente com a polícia, não queremos que ninguém sofra qualquer tipo de violência. Queremos apenas que as batalhas possam continuar (re)existindo, firme e forte em seu propósito.
O ESPAÇO PÚBLICO É DO POVO E NÃO DA PREFEITURA!

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