Repressão chilena com jeitinho brasileiro

Foto: UChile

O governo de Jair Bolsonaro preparou orientações para a polícia chilena reprimir protestos e lidar com os manifestantes, além de ter atuado junto a órgãos internacionais para apoiar o governo de Sebastián Piñera.

A revelação foi feita pelos jornalistas Chico Lopes e Jamil Chade no portal UOL. Por conta do elevado número de feridos pela ação da polícia do país, integrantes de forças de segurança do Chile procuraram a embaixada brasileira em Santiago para pedir ajuda sobre os atos.

Assim, o governo brasileiro preparou um levantamento denominado “Operações de Choque”, onde lista os protestos ocorridos no país nos últimos anos e como lidou com eles, além de mostrar a doutrina brasileira nesses casos – segundo o texto, a doutrina tem por base a escola alemã, “que visa à dispersão dos manifestantes através da utilização de diversos meios que produzam demonstração de força e causem impacto psicológico necessário para persuadi-los a não resistirem”.

Para o caso de a persuasão não funcionar, o documento estimula o combate. “Uma distância mínima de segurança entre as forças de segurança e o público manifestante é imprescindível, o que minimiza os danos a integridade física da tropa de choque, bem como a dos manifestantes”, diz o texto, que também detalhou as munições de menor poder ofensivo usadas no país, incluindo detalhes do tipo de borracha empregado nos projéteis.

O texto também lista as manifestações que usaram a Força Nacional de Segurança (FNS), como a Copa das Confederações de 2013, Jornada Mundial da Juventude de 2013, leilão do Pré-Sal de 2013, Copa do Mundo de 2014 e os motins no sistema penitenciário, em 2015.

Em outubro, os militares do país vizinho pediram ajuda aos brasileiros para tentar identificar a participação de estrangeiros nos protestos que levaram o governo de Sebastián Piñera a uma crise considerável.

Enquanto militares chilenos se queixaram do desmonte da Inteligência estatal nos governos civis, os brasileiros cogitaram a participação da fundação Open Society, mantida pelo bilionário George Soros, do Foro de São Paulo e de um “movimento globalista” nos manifestos chilenos.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.