O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) enfrenta resistências por parte de religiosos ao tentar visitar a basílica de Santo Antônio, em Pádua.
O brasileiro desembarca em Roma nesta sexta-feira e participa da cúpula do G20 neste fim de semana. Mas, na segunda-feira, viaja até a região de Pádua, onde pretendia visitar a basílica local. No mesmo dia, ele ainda irá para a cidade de seus ancestrais, Anguillara Veneta, onde receberá o título de cidadão honorário.
Mas, numa nota emitida, a diocese de Pádua deixa claro que os religiosos não estão dispostos a receber o brasileiro de maneira oficial. Se Bolsonaro quiser entrar na basílica, será na condição de um peregrino como qualquer outro. As informações são do jornalista Jamil Chade no UOL.
Para interlocutores locais, tanto o prefeito de Pádua, Sergio Giordano, como o bispo local Claudio Cipolla, deixaram claro que não pretendem receber oficialmente o presidente.
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Num comunicado, a diocese ainda lembra como alguns religiosos da região, como Ezechiele Ramin e Ruggero Ruvoletto foram assassinados no país. O documento ainda aponta como bispos tem denunciado “violência, a exploração da religião e devastação ambiental, além de severa crise de saúde”.
A diocese, assim, apela para que Bolsonaro “promova políticas que respeitem a Justiça, saúde e meio ambiente”. E ainda completa que a homenagem que se planeja ao brasileiro criou “um forte embaraço” diante da voz de tantos que sofreram”.
Bolsonaro é mal visto e mal desejado
Além da resistência dos religiosos, um protesto ainda será organizado em Pádua por movimentos sociais.
Entre os organizadores brasileiros, a insistência é de que não há ainda informação sobre esse trecho da viagem por se tratar de uma “agenda privada”. A missão, porém, ocorre com recursos públicos e dentro de uma viagem oficial ao G20. (…)
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