San Salvador, 24 mar (Prensa Latina) Organizações populares e religiosas de El Salvador comemoram hoje o 33 aniversário do assassinato do bispo e mártir monsenhor Oscar Arnulfo Romero e seu legado para os pobres e perseguidos.
O Arcebispo de San Salvador foi ultimado por um pistoleiro, nunca identificado, quando realizava uma missa na capela do hospital de câncer Divina Providência, próximo ao centro da capital.
A Comissão da Verdade das Nações Unidas, que investigou violações a direitos humanos durante o conflito armado (1980-1992), concluiu em 1993 que o crime foi organizado pelo fundador da Aliança Republicana Nacionalista (Arena), o major Roberto d’Aubuisson.
O militar deu a ordem para assassinar o Arcebispo e instruções precisas a membros de seu entorno de segurança, agindo como “esquadrões da morte”, para organizar e supervisionar o assassinato, indica o documento (p.132).
Um dia antes do atentado, no domingo 23 de março de 1980, monsenhor Romero fez em sua homilia um chamado a que a ditadura militar parasse de perseguir movimentos populares reivindicativos.
“Em nome de Deus e em nome deste sofrido povo, cujos lamentos cada dia mais tumultuados sobem ao céu, suplico, rogo-lhes, ordeno-lhes em nome de Deus: Parem com a repressão”, expressou.
As homenagens a Romero foram realizadas pela fundação que leva seu nome e pela Universidade José Simeón Canas (UCA), jesuíta, também desenvolveu um programa de atividades em sua memória.
O presidente Mauricio Funes, que considera Romero o guia espiritual do país e primeiro presidente a prestar homenagens oficiais ao religioso, prestou ontem homenagem ao bispo-mártir.
O nome de Monsenhor Romero significa ter uma opção preferencial pelos pobres, significa a justiça pela qual lutamos e, sobretudo, a verdade que nos permitirá alcançar a paz que todos desejamos, afirmou Funes.
O mandatário sublinhou que “foi em vida a voz dos que não têm voz e agora, após seu martírio, será sempre assim”.
Lembrou que o crime foi realizado “sob ordens de mentes assassinas da época, de gente que queria calar a voz de Monsenhor, que queria apagar com essa morte suas palavras a favor dos pobres, dos vulneráveis”.
“Ainda continuamos esperando que a justiça chegue ao fundo desse caso e revele a verdade, que não é uma dívida só com os familiares de Monsenhor, mas com a Igreja Católica e todo o povo salvadorenho”, expressou.
Fonte: Prensa Latina