Jornal de Angola
O Ministério Público espanhol decidiu abrir uma terceira investigação a alegada corrupção que envolve o antigo rei Juan Carlos, disseram, ontem, em Madrid dirigentes da instituição.
A procuradora-geral, Dolores Delgado, e o procurador-chefe anti-corrupção Alejandro Luzon disseram a um grupo de jornalistas num encontro informal que a investigação ainda se encontra numa fase “embrionária”, mas que o inquérito será aberto em breve.
O Ministério Público tomou esta decisão depois de ter recebido há alguns dias um relatório com “informação financeira”, mas os dois responsáveis não quiseram dar mais informações.
No início desta semana, a Procuradoria-Geral anunciou uma segunda investigação sobre as finanças de Juan Carlos, depois do diário espanhol ‘online’ elDiario.es ter noticiado que a Procuradoria anti-corrupção estava a investigar a alegada utilização pelo antigo rei, a ex-rainha Sofia e outros membros da família real de cartões de crédito ligados a contas estrangeiras que não estavam em seu nome.
Juan Carlos começou por ser alvo de investigações em Espanha e na Suíça por possíveis delitos financeiros, que o levaram a abandonar o país em Agosto passado. Na altura, o ex-soberano escreveu numa carta pública ao filho, o actual rei, Felipe VI, que se ia mudar para o estrangeiro devido às “repercussões públicas de certos episódios” da sua vida privada passada.
Em Junho, o Supremo Tribunal espanhol decidiu investigar as suspeitas de delito de corrupção do rei emérito, Juan Carlos, na construção do comboio de alta velocidade entre Medina e Meca, na Arábia Saudita.
As investigações envergonharam e assustaram a família real espanhola, que receia uma diminuição da popularidade da instituição monárquica. A vida luxuosa de Juan Carlos e os escândalos de corrupção que envolveram membros da família real espanhola tem levado a muitas críticas, principalmente depois da crise financeira de 2007.
Juan Carlos abdicou ao trono em 2014 a favor de Felipe VI para tentar inverter a diminuição da popularidade da monarquia.