Refrigerante é o ‘novo tabaco’, diz especialista

Especialistas alertam para consumo exagerado e dependência, já apontando para os principais males gerados pela bebida

O alto consumo de refrigerante em todo o mundo rendeu à bebida o título de “novo tabaco”, considerado empecilho na busca por uma vida saudável. Nos Estados Unidos, por exemplo, as políticas públicas voltadas ao combate da obesidade proibiram a venda do produto em escolas do ensino fundamental.

Diante da crítica aos males do consumo, as grandes produtoras de refrigerantes têm ligado o sinal de alerta com a queda nas vendas, uma vez que já se substituí o refrigerante por derivados como água mineral, chás e bebidas energéticas.

No Brasil, a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas do Ministério da Saúde realizou em 2014, uma pesquisa telefônica que constatou uma queda de 20% no consumo de refrigerantes, nos últimos seis anos. Porém, o consumo ainda é alto, pois 21% dos entrevistados afirmaram consumir a bebida ao menos cinco vezes por semana.

Uma portaria interministerial, criada pelo o Ministério da Saúde e Ministério da Educação em 2006, preconiza uma alimentação mais saudável nas escolas brasileiras. Porém, a implantação dessa legislação não apontou, até o momento, uma melhora significativa na alimentação escolar.

De acordo com Edeli Simioni de Abreu, professora de gastronomia e nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie, os refrigerantes escondem inúmeros componentes que podem ser prejudiciais à saúde: além da grande adição de açúcar, o alto teor de sódio e ácido fosfórico (bebidas sabor cola), corantes artificiais e químicas em geral são amplamente prejudiciais à saúde.

Segundo a especialista, os problemas vão de obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e renais a osteoporose (em longo prazo) e doenças renais. Ainda, a quantidade de químicas e açúcares corrói o esmalte dos dentes e também pode dar úlcera e gastrite.

Já os refrigerantes acondicionados em latas de alumínio contêm internamente resina chamada bisfenol (BPA), o qual tem sido associado a problemas hormonais que podem levar à infertilidade. “O melhor a se fazer é evitar o consumo de refrigerantes e substituí-los por água, água de coco ou suco de frutas natural. O consumo de outras bebidas industrializadas como sucos artificiais, néctar de frutas, chás, bebidas energéticas e águas gaseificadas e aromatizadas podem esconder os mesmos componentes e ser tão prejudiciais quanto os refrigerantes. Além disso, dão a falsa sensação de saúde ao consumidor”, completa a professora.

Fonte: EcoDebate

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