Por Claudia Weinman, para Desacato. info.
Estudantes do Oeste e Extremo-oeste Catarinense, ocuparam ruas na tarde da última quinta-feira, dia 20, no município de Xanxerê-SC. O ato fez parte da realização de um seminário Macroregional, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Rede Pública de Educação (Sinte), onde discutiu-se a retirada de direitos da classe trabalhadora, especialmente o projeto “Escola Sem Partido”, “Lei da Mordaça”, a PEC 241 que prevê o congelamento por 20 anos dos investimentos em áreas essenciais, como Saúde e Educação, além de dialogar sobre temas como a Reforma da Previdência e do Ensino Médio.
Conforme o Professor Willian Simões, da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), que contribuiu na construção do seminário, a importância da atividade está ligada a um processo de conscientização e conhecimento diante das perdas de direitos que a classe trabalhadora vem sofrendo. Segundo ele, A Medida Provisória (MP) 746/2016, que trata da Reforma do Ensino Médio, aponta segundo ele, para a redução da carga horária da base nacional comum, também mostra um cenário de enxugamento de profissionais da Educação e atinge diretamente os estudantes a partir da imposição de um conhecimento fragmentado.
Simões detalha que a Reforma do Ensino Médio determina um ensino voltado aos filhos e filhas dos/as trabalhadores/as, que é de acordo com ele, exclusivamente direcionado ao mercado de trabalho, onde futuramente os jovens deverão vender sua força de trabalho por um salário baixo e por outro lado, a reforma mostra um ensino voltado a classe dominante, formando jovens para as universidades, para ocuparem cargos onde vão receber um salário superior.
Além dessa questão, Simões enfatiza as perdas com a fragmentação do ensino, com a formação cada vez mais precária, sem nenhum estímulo ao pensar criticamente a sociedade e as necessidades de mudanças. Logo após a realização do Seminário, os estudantes e educadores/as, ocuparam as ruas para uma mobilização na cidade de Xanxerê.
Fotos: Pedro Pinheiro.
Entrevista: Paulo Fortes.