Reforma ameaça aposentadoria de 80% dos que trabalham no campo

Por Railídia Carvalho.

“Se não conseguir derrubar esse texto do relator, corre o risco de deixar 80% dos nossos agricultores fora da Previdência Social”, declarou o presidente da Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), Alberto Broch. O dirigente acompanha na Câmara dos Deputados os destaques ao texto da reforma da Previdência que estão sendo votados nesta terça-feira (9).

Comissão aprova 15 anos de contribuição para aposentadoria rural

A comissão especial da reforma na Câmara derrubou destaque do deputado Heitor Schuch (PSB-RS) e manteve a proposta de 15 anos de contribuição para os trabalhadores rurais. O destaque mantinha as regras atuais de contribuição pela produção.

De acordo com Alberto, o destaque voltará a ser apresentado no plenário da Câmara. A votação está prevista para a semana de 22 de maio. “É um jogo de cartas marcadas. É um placar que não muda nada mas nós vamos insistir muito”, disse o dirigente da Contag.
Aposentadoria rural
As regras atuais da Previdência estabelecem que os trabalhadores rurais podem se aposentar aos 60 anos (homens) e 55 anos (mulheres). O regime entende que o trabalhador não tem salário mensal porque depende da produção. Quando se aposenta, o trabalhador rural recebe um salário mínimo.
“A proposta do governo era que todo mundo se aposentasse aos 65 anos, agora baixaram um pouco mas eles nos pegam naquilo que é mais grave que é a forma de contribuição. O agricultor não tem salário por isso nós defendemos a contribuição pela produção. Mesmo que o percentual da contribuição seja pequeno, se o trabalhador não tem salário como vai fazer para pagar?”, questionou Alberto.
De acordo com ele, a Contag deverá engrossar as manifestações das centrais no dia 24 de maio, quando a reforma da Previdência poderá ir à votação no plenário da Câmara. Alberto informou que na próxima terça-feira (16) será reunido o fórum das 27 federações estaduais de trabalhadores rurais para decidir a forma de participação nos protestos contra a reforma da Previdência em Brasília.
Fonte: Vermelho e Renato Rabelo.

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