Redes sociais potencializam crises de imagem e desafiam líderes

Imagem: Reprodução

Por Patrícia Marins e Miriam Moura.

Redes sociais aumentam impacto das crises de imagem e exigem maior preparo de líderes
As redes sociais amplificam o impacto das crises de imagem em empresas de capital aberto, segundo revelou análise em mais de 125 episódios no mundo na última década. O que continua fazendo a diferença é a forma de lidar com os conflitos de reputação.

O contexto atual de mídias digitais e multiplataforma exige de empresas e marcas melhor gestão e celeridade no enfrentamento da situação. A receita para estancar o efeito de crises de imagem passa pela prestação de informações de forma rápida, pela transparência na abordagem do problema gerado e em soluções para resolver a situação.

O ambiente multimídia e multiplataforma da comunicação digital requer maior prevenção, melhor governança de comunicação, e mais estratégia e planejamento para aprofundar habilidades de antecipação de cenários de risco.

A pesquisa foi desenvolvida pela consultoria Aon, em parceria com a empresa americana de análise de dados Pentland Analytics. Segundo os critérios adotados no trabalho, crise reputacional é a falta ou falha de produtos e serviços, ataques cibernéticos, corrupção e fraude.

Mas a questão geral é que no mundo atual, de transformação radical da comunicação e com a expansão da conectividade, não há espaço para amadorismos e improvisos quando se trata de proteção da reputação das empresas. Quanto maior o erro, maior o prejuízo e maior o tempo para recuperar os danos. E aumenta a necessidade de CEOs e porta-vozes institucionais se capacitarem em comunicação e gestão de crises de imagem.

Após críticas e questionamentos sobre ética, China suspende pesquisa de edição genética

Após críticas e questionamentos sobre ética, China suspende pesquisa de edição genética
Depois das polêmicas e críticas em escala global, o governo chinês decidiu suspender as atividades de pesquisa da equipe médica liderada pelo cientista He Jiankui. Ele anunciou ter criado os primeiros bebês geneticamente editados do mundo. O médico disse que os bebês, duas gêmeas nascidas há algumas semanas, tiveram seus DNAs alterados para prevenir a infecção por HIV.

Logo após a notícia do experimento genético com os bebês, a comunidade científica protestou fortemente. Mais de cem cientistas classificaram como “loucura” e antiética o anúncio do cientista de ter feito alteração dos genes e criado os primeiros bebês “editados”. A imediata repercussão e ressonância da experiência é típica do atual contexto da comunicação digital: tudo é transmitido, compartilhado, curtido em instantes em escala global.

As análises quanto a aspectos éticos, morais, valores e normas de conduta repercutem em tempo real. Foi o que aconteceu com o experimento desse cientista chinês. Na carta aberta, que circulou online, os cientistas consideraram o uso da tecnologia Crispr-Cas9 para editar genes de embriões humanos arriscado, injustificado e prejudicial à reputação e ao desenvolvimento da comunidade biomédica na China. O autor do experimento defendeu-se, também em vídeos postados online, argumentando que a edição era para proteger os bebês contra futura infecção por HIV.

Em entrevista sobre a suspensão da pesquisa, o vice-ministro da Ciência e da Tecnologia da China, Xu Nanping, declarou que sua Pasta é contrária às atividades que teriam resultados nos bebês modificados. Ele chegou a classificá-las de ilegais e inaceitáveis e informou que foi aberta uma investigação sobre o caso. No episódio, a perda maior é da reputação do cientista He Jiankui.

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