Há pelo menos dois dias circula entre a comunidade médica uma proposta de restruturação da residência encabeçada pela Secretaria de Educação Superior (SESu), unidade do Ministério da Educação (MEC), com relação as quatro especialidades básicas da medicina – Clínica Médica, Pediatria, Ginecologia-Obstetrícia e Cirurgia Geral.
Dos pontos contidos no texto sobre a formação de médicas e médicos, o mais controverso diz respeito à exclusão do caráter obrigatório de residentes dessas especialidades passarem um ano dedicado ao campo da Medicina Geral da Família e da Comunidade.
Em nota, a Rede de Médicas e Médicos Populares se posicionou firmemente contrária a essa proposta e faz alerta aos retrocessos na formação médica propostos pelo governo não eleito de Michel Temer. Além disso, convoca reunião aberta durante a Conferência Mundial WONCA de Médicos de Família marcada entre de 2 a 6 de novembro no Rio de Janeiro.
Leia nota abaixo.
Medidas propostas pelo MEC ameaçam expansão de vagas de residência em Medicina de Família e Comunidade
Além das investidas contra o SUS que estão por vir como a PEC 241, que congela recursos da saúde por 20 anos, e como a proposta dos planos de saúde “acessíveis”, no âmbito do governo Temer surgem propostas que podem atingir em cheio as políticas de fortalecimento da Atenção Primária em Saúde e de formação para o SUS.
Com um documento intitulado de “Reconstrução das Especialidades Básicas da Medicina Brasileira”, o governo propõe um retrocesso em todas as políticas de expansão da formação em Medicina de Família e Comunidade, tentando se retornar a um antigo modelo que já demonstrou na prática não servir a Sistemas de Saúde que se pretendem universais.
Esta proposta certamente não passará incólume diante de históricos defensores do SUS que, mais do que nunca, se posicionam e lutarão em sua defesa.
Diante deste quadro, a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares convoca reunião aberta a todas e todos, durante a Conferência Mundial WONCA de Médicos de Família a ocorrer de 2 a 6 de novembro no Rio de Janeiro. O trabalho coletivo e a resistência são fundamentais neste momento em que conquistas estão postas em risco.
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Fonte: Saúde Popular.