“Nós viemos hoje aqui para fechar a negociação, temos o compromisso de chegar a um termo comum e definirmos o Piso para 2015.” Com estas palavras o coordenador sindical do Dieese-SC Ivo Castanheira iniciou a terceira rodada de negociação entre trabalhadores e empresários que visa estabelecer o reajuste do Piso Salarial Estadual, que vai vigorar a partir de janeiro. Mas a disposição foi frustrada pelo pequeno avanço apresentado na proposta dos empresários, que dos 7% oferecidos na segunda rodada, passaram para uma proposta de 7,5% de reajuste no Piso. A próxima rodada de negociação foi marcada para o dia 30 de janeiro, às 13h30.
Para Ivo Castanheira, que também é diretor da FECESC, “O processo negocial estabelecido há cinco anos em Santa Catarina é de grande importância e nós sabemos que podemos chegar a um bom termo para os trabalhadores e também para o setor empresarial”. Ele lembrou que diversas centrais sindicais e federações de trabalhadores participam do processo, com assessoria do DIEESE, assim como os representantes da indústria e federações patronais de diversos segmentos econômicos do estado participam desta experiência única no país: “Vamos realizar quantas rodadas de negociação sejam necessárias para fechar este acordo e manter esse processo histórico”, ponderou.
O presidente da CUT-SC Neodi Giachini esteve presente na negociação e também destacou a importância de fechar uma negociação que valorize o Piso Salarial Estadual: “Realizamos várias negociações que não só dispensaram a intervenção do governo no processo, como também estabeleceram uma valorização gradual do nosso Piso então, neste quinto ano de negociação não será diferente; mas nós trabalhadores já cedemos bastante, chegando a uma proposta de 11,5% de reajuste, então esperamos uma mudança de atitude dos empresários, mantendo essa linha de valorização”, afirmou.
O supervisor técnico do Dieese-SC, José Álvaro de Lima Cardoso, afirmou que a valorização do Piso Salarial Estadual não só é importante para empresários e trabalhadores, como para a sociedade catarinense como um todo: “A exemplo do que ocorre com o salário mínimo, o incremento de massa salarial proporcionado pelos novos valores dos pisos é direcionado ao consumo dos artigos de primeira necessidade nas áreas do vestuário, alimentos e transporte, fortalecendo toda a economia catarinense”.
Na opinião do economista, chegar a um acordo é fundamental e plenamente viável. “O aumento da renda do trabalhador favorece o crescimento industrial e o comércio, como vem ocorrendo nos últimos anos em Santa Catarina. Segundo o Índice de Atividade Econômica Regional de Santa Catarina (IBCR-SC), calculado pelo Banco Central, a economia catarinense cresceu 2,7%, nos oito primeiros meses de 2014, ante variações de 0,6% no mesmo indicador na Região Sul e de -0,1% no Brasil” citou Cardoso.
Fonte: DIEESE