RBS mostra efeito, mas esconde a causa: UFRGS só tem dinheiro até setembro

Promotora de 1ª hora do golpe contra Dilma e a democracia, a RBS começa a mostrar as consequências do mesmo, mas esconde a principal razão: o desmonte da democracia e do Estado brasileiro feito em apenas um ano de governo golpista. Veja a seguir matéria da Rádio Gaúcha:

Em entrevista à Rádio Gaúcha, Rui Vicente Oppermann detalhou o agravamento das finanças com a queda no repasse da União

Foto: Adriana Franciosi /Agência RBS

O corte no repasse do Ministério da Educação (MEC) às universidades federais está deixando no vermelho as finanças das instituições bancadas pela União no Rio Grande do Sul. Em 2016, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) amargou um déficit de R$ 5 milhões. Caso o Palácio do Planalto não libere o valor previsto para a universidade, a UFRGS não terá como pagar os funcionários terceirizados a partir de outubro.

A informação é do reitor Rui Vicente Oppermann, que conversou com a reportagem da Rádio Gaúcha nesta terça-feira (1º). Sem esconder a preocupação com as contas dos próximos meses, o reitor ainda acredita na sensibilidade do MEC.

— O governo está dizendo que vai se esforçar para que haja liberação acima de 90% no custeio e de pelo menos 60% no capital. O problema é que, neste momento, com o que está liberado, não temos recursos para ir além de setembro — disse.

De acordo com Oppermann, a instituição trabalha com um orçamento R$ 15 milhões a menos do que o executado em 2016. Neste ano, o governo estimou R$ 178 milhões para a UFRGS, sendo R$ 165 milhões para custeio e apenas R$ 13 milhões previstos para despesas de capital.

— Esse é o orçamento previsto. E aí que vem o grande problema criado nacionalmente, e que não ocorre somente com a UFRGS, é que a liberação do orçamento não está se dando em cima desses valores. Além desse corte de 2016 para 2017, tivemos um contingenciamento de 10% nas despesas de custeio e de 30% nas de capital — observa.

Mesmo com as dificuldades, o reitor da UFRGS garante que não está trabalhando com atrasos ou parcelamento de salários de professores e servidores do quadro.

— A nossa grande preocupação é com os terceirizados. Até este momento, honramos o pagamento dos terceirizados. Inclusive fizemos rolagem de dívidas com a CEEE, que está entendendo a nossa situação. O problema é que, a partir de outubro, caso não sejam liberadas verbas de custeio e capital, não teremos recursos para despesas compulsórias, como energia elétrica e terceirizados — lamenta.

Fonte: Luiz Muller.

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