Enquanto houver incapacidade de discernimento às diferenças de raça e cor no nosso país, infelizmente, vamos continuar observando pessoas negras sendo agredidas de maneira verbal, física ou psicológica. Sem arrancar totalmente todas as raízes da escravidão, o ciclo continuará se repetindo. Neste contexto, todos, independente de cor ou raça, somos responsáveis por transformar atitudes, formas de pensar e se posicionar diante de situações de racismo.
Para falar sobre um caso que aconteceu na Universidade Federal de Santa Catarina, no dia 28 de setembro, com uma estudante de pedagogia, estiveram presentes no JTT-Manhã Com Dignidade as estudantes, Chaiane Guterres e Sara Lima.
Primeiramente, é importante ressaltar: “não foi o primeiro ataque enquanto população negra. Acho que a gente é atacado cotidianamente dentro da Universidade”, afirmou a estudante de Serviço Social, Chaiane.
Ela conta que a universidade, até o momento, normalizou estas situações. Desde quando ser chamada de preta ou voltar para o quilombo é ou inferioridade? “Não é um ataque dizer para a gente voltar para o quilombo, mas, a forma como é colocado. É uma forma de exclusão”, explica.
Mesmo que hoje, a reitora á primeira mulher negra, os desafios diante do problema são os mesmos. A revindicação do movimento negro da universidade é a expulsão desta professora que proferiu as palavras de ódio. “A gente já cansou desta normalidade, não vamos arredar o pé”.
A responsável pelo ato racista foi, Ana Lúcia, professora de História Indígena, segundo a estudante de História, Sara, ela já possuia histórico de casos como este. Quando uma Assembleia foi realizada na terça-feira (11), com professores do curso, foi possível perceber o silenciamento e acomodação de outros professores que dizem conhecer a professora, defendendo-a de não racista. Diante disto, foi deliberado que os estudantes do curso irão fazer greve frente a está disciplina. “Não vamos mais aceitar ter aula com está professora”. Nestes horários serão realizadas rodas de conversa e outros tipos de manifestações. Além disto, é apresentada como sugestão a criação de disciplina que trabalhe questões étnico-raciais.
“O que a gente quer é revindicar nossa sobrevivência neste espaço”, destaca Sara Lima.
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