Quem são e o que pensam os cotados para substituir Mandetta

Dois dos possíveis substitutos do Mandetta: Claudio Lottenberg e Ludhmila Hajjar. Fotos: Facebook

Por Cíntia Alves.

Jornal GGN – Luiz Henrique Mandetta está com os dias (ou as horas) contados. É o que afirma a imprensa nacional na manhã desta quarta (15). Uma carta de despedida aos funcionários do Ministério da Saúde, escrita pelo seu braço direito na crise do coronavírus, já foi divulgada. E alguns jornais informam que os próprios aliados de Mandetta descartam Osmar Terra como substituto. Quem está no páreo para assumir o posto?

Duas figuras próximas ao governo estão entre os cotados. A imunologista Nise Yamaguchi, que caiu nas graças de Jair Bolsonaro por defender o uso da cloroquina no tratamento contra coronavírus, e o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, que foi visto ao lado do presidente furando o isolamento social em Brasília.

Mas outros dois nomes começam a ganhar mais destaque na imprensa.

O oftalmologista Claudio Lottenberg, presidente do Conselho Deliberativo do Hospital Albert Eisntein, hospital onde Bolsonaro ficou internado após a facada de 2018, é um dos candidatos a ministro.

Lottenberg é recém-filiado ao DEM de São Paulo, pois estaria de olha numa chapa com o prefeito Bruno Covas.

Em 25 de março, em entrevista ao Poder 360, ele defendeu que o governo federal e os estados deveriam parar de brigar por causa do enfrentamento ao coronavírus, e opinou que é preciso chegar a um meio termo entre saúde e economia.

Ele argumentou que diante da experiência da Itália, que mostrou ao mundo um maior índice de letalidade da COVID-19 entre idosos, “a ideia seria isolar grupos de pessoas, isso traria menor repercussão na economia.” Bolsonaro é defensor declarado do isolamento seletivo de grupos de risco. E assim como o presidente, Lottenberg também afirma: “Há de existir um alinhamento [entre os poderes, para o enfrentamento da pandemia], inclusive no aspecto econômico.”

A cardiologista dos hospitais Sírio-Libanês e Incor, Ludhmila Hajjar, natural de Anápolis (GO), foi uma das médicas recebidas por Bolsonaro no Planalto, sem a presença de Mandetta. Ela também está na lista de mais cotados para o cargo.

Ao Globo, ela se colocou “favorável ao isolamento como uma estratégia de contenção importante da doença”, mas também ponderou que “precisa ser uma estratégia de transição. Na minha opinião, devemos iniciar estudos sérios e simulações para oferecer à população uma saída responsável e organizada do isolamento.”

Essa saída passaria pela testagem em massa para isolar os casos positivos, ainda que não exista kits suficientes para atender a população hoje.

No cenário esboçado por ela, o ideal é “propor estratégias que sejam as mais adequadas para aquela determinada localidade.”

“Temos dois problemas: o impacto da doença na mortalidade, nos números da saúde, nas vidas das pessoas. E isso, realmente, tem que ser o nosso foco. Porém, não podemos desconsiderar o impacto sócio-econômico que essa doença está já causando na vida dos brasileiros. Temos que pensar em algo que não seja extremo. Temos que pensar na saúde da população, na economia, lembrando da dimensão continental do Brasil e das diferenças epidemiológicas nos estados e regiões”

Ludhmila é ligada ao diretor do Sírio-Libanês e do Incor, Roberto Calil.

 

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