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Em café com jornalista nesta quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “está convencido” de que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para a invasão dos terroristas que depredaram de forma voraz as dependências da histórica sede do núcleo do governo no último dia 8.
“Eu estou convencido de que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para que gente entrasse porque não tem porta quebrada. Significa que alguém facilitou a entrada deles aqui. Nós vamos com muita calma investigar e ver o que aconteceu de verdade”, disse o presidente.
Lula fez a afirmação baseado em informações que tem recebido do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado pelo general Gonçalves Dias, o G. Dias, e do interventor federal na segurança do Distrito Federal (DF), Ricardo Capelli.
A declaração de Lula, no entanto, está em grande parte baseada em um vídeo que circulou nas redes sociais que mostra um oficial do Exército tentando impedir policiais militares do Distrito Federal de dar ordem de prisão aos terroristas no Palácio do Planalto. Esse militar é quem teria “facilitado a entrada” dos terroristas.
Coronel de Infantaria do Exército, o militar que aparece nas imagens é Paulo Jorge Fernandes da Hora, nada menos que o comandante do Batalhão da Guarda Presidencial, que deve proteger o Presidente da República.
Natural de Santos, no interior paulista, Fernandes da Hora entrou no Exército em 1993 pela Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), sediada em Campinas, São Paulo.
O vídeo protagonizado pelo coronel está no centro de uma polêmica que mostra um duplo comando nas tropas, que são coordenadas pelo GSI.
Em entrevista à Agência Pública, o coronel G. Dias, ministro-chefe do GSI, diz que o atrito entre o comandante do Batalhão da Guarda Presidencial e os PMs ocorreu por um desencontro de informações.
“A [primeira] ordem era tirar todo mundo daqui [Planalto], de cima para baixo, mas eu mudei a ordem e mandei prender. Fiz uma varredura, de cima a baixo, e mandei prender. Porque se mandasse prender desde o início, ‘vazava’ [a multidão fugia], mas mudei a ordem e prendemos”, disse Dias.
“O coronel [Fernandes da Hora] não sabia da ordem, de mandar prender. Primeiro a ordem foi para o Bope, depois para o coronel, por isso o desentendimento. Mas foi uma informação passada na hora do confronto”, justificou o ministro-chefe do GSI.