Apesar de não serem considerados grupo de risco da covid-19, ao menos 899 bebês, com menos de um ano, foram vítimas da doença no Brasil no ano passado. O dado consta do Painel de Excesso de Mortalidade no Brasil e foi divulgado pela organização de saúde Vital Strategies. Os pesquisadores consideram a quantidade de mortes de bebês pela covid-19 assustadora. E avaliam que a falta de protocolos de atendimento para grávidas e recém-nascidos pode explicar a elevada mortalidade. Além disso, incluem as fragilidades no sistema de saúde como uma das causa dos óbitos. O painel ainda aponta que, ao longo de 2020, 11.996 bebês foram internados em decorrência da covid-19. E 124 grávidas perderam a vida por causa da doença do novo coronavírus. A taxa é uma das mais altas do mundo.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, os dados brasileiros são quase 10 vezes os registrados nos Estados Unidos para o grupo de zero a 18 anos. O país é o que concentra mais mortes pela covid, com cerca de 551 mil vidas perdidas. Já o Brasil é segunda nação com o maior número de óbitos, mais de 321 mil. Com base nas informações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), durante o primeiro ano da pandemia, contudo, foram registradas 103 mortes pela covid-19 entre essa faixa etária, incluindo bebês.
Pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) indica ainda que, em números absolutos, 1.203 crianças e adolescentes brasileiros foram vitimas da covid-19 no ano passado. E, até o início de março de 2021, mais 121 vieram a óbito devido a doença.