Nações Unidas, 24 jul (Prensa Latina) Cerca de 26 milhões de pessoas no Sudão sofrem hoje de fome aguda e 750 mil delas estão à beira da fome, já que a situação alimentar no país se deteriora devido ao conflito.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o contexto responde, entre outras razões, ao aumento dos preços dos alimentos, aos problemas de acesso e ao impacto da guerra que agrava o limitado acesso da população aos insumos.
Os números do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários indicam que, em junho, o preço dos alimentos locais aumentou 16% em relação a maio e quase 120% em relação a um ano atrás.
“A situação da população só vai piorar com a aproximação da estação das chuvas”, alertou o porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric.
Entre outras dificuldades, a agência expressou preocupação com as rotas que permanecem inacessíveis para a ajuda humanitária, como a passagem de fronteira de Tine, que é usada para transportar mercadorias do Chade para a região sudanesa de Darfur.
“A comunidade humanitária no Sudão precisa urgentemente de acesso por todos os meios possíveis para evitar mais deterioração”, insistiu o porta-voz.
Ao mesmo tempo, ele enfatizou a necessidade de financiamento adicional, uma vez que o plano de resposta humanitária tem apenas 30% de financiamento.
Após mais de 15 meses de hostilidades entre as Forças Armadas do Sudão e os rivais de Reação Rápida, mais de 10 milhões de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas no Sudão, o equivalente a um quinto da população do país.
De acordo com os números da ONU, quase oito milhões dos deslocados permanecem dentro das fronteiras nacionais e mais da metade deles são crianças.
Outros dois milhões foram forçados a atravessar para países vizinhos que também enfrentam seus próprios desafios.