Por Viegas Fernandes da Costa.
Esta definição de família que alguns deputados da autodenominada “bancada evangélica” estão tentando impor no Brasil é tão esdrúxula, que envergonha a qualquer cristão que tenha lido com um mínimo de atenção o Novo Testamento.
Em sua visão estreita de família, própria dos equinos vestidos de viseiras, estes deputados menores, porém perigosos, excluiriam até mesmo o Jesus bíblico dos seus parâmetros.
O que estes deputados estão dizendo é simplesmente que uma família constitui-se da união de um pênis e uma vagina e os resultados fortuitos deste encontro.
Ao reduzirem a família ao encontro de um pênis e uma vagina, estes deputados da autodenominada bancada evangélica estabelecem um parâmetro pornográfico para justificar uma legislação. Porque pornografia é justamente definir por princípio e foco os órgãos sexuais. Se considerarmos, também, que esta mesma bancada rejeitou a discussão de gênero e sua abordagem na educação, ressalta-se a perspectiva de que homem e mulher recolhem-se ao princípio pênis e vagina.
Uma família, entretanto, deveria ser formada por pessoas ligadas por laços afetivos. O Estatuto da Família, entretanto, ao reduzir a família ao encontro de um pênis com uma vagina, exclui a maior parte da família brasileira de seu arcabouço legal.
O Estatuto da Família torna, assim, ilegal a própria família brasileira, o que representa um atentado contra a cidadania, o bom senso e a inteligência.
Jesus certa vez ensinou que a César pertence o que é de César, e a Deus o que é de Deus. Legislar com a Bíblia e, pior, interpretando-a a seu bel prazer e ignorância, é querer misturar Deus e César. O resultado desta mistura todos conhecemos, seja por meio da História, seja por meio do presente.
Ao legislarem tendo por princípio sua religião particular, os deputados não apenas excluem da cidadania milhões de brasileiros, mas colocam em risco o próprio princípio da liberdade de fé e culto, bem como acendem no país a chama da intolerância religiosa. E qualquer um que queira aplaudir estes ignorantes deveria, antes, pensar nisto.
Fonte: http://viegasdacosta.blogspot.com.br/2015/09/quando-familia-passa-ser-uniao-de-um.html
Com toda certeza a família pensada por qualquer pessoa minimamente esclarecida e com visão clara das coisas, é muito além de apenas um par de órgãos genitais. Estes, embora sejam usados de forma “pornográfica” tem sua função a desempenhar, porém dentro daquilo que a natureza lhes atribuiu e nada além disso.
Reduzir a família ao mero encontro de um pênis e uma vagina, é uma rematada imbecilidade, um verdadeiro atentado ao senso de justiça e equilíbrio.
Décio Adams.