Quadrilogia: Do amor, da dor, do sexo e do prazer. Poesia de Fabiane Braga Lima

 

Imagem: Pop Art de Clarisse da Costa

Reconstruindo-me

Hoje decidi me olhar fixo no espelho,

Na esperança de reencontrar-me

Quem sabe cair em si, novamente

Possa me amar e me gostar mais

***

E, o espelho nos diz tantas coisas

Tanta insensatez, nas quais fugimos

Impressionante, como me esqueci

Perdi o brilho e meu amor próprio.

***

Mas, segui sempre, não me torturei

E, simplesmente voltei a me amar

Cá estou, tentando esquecer passado.

***

Hoje sei, vou conseguir, reerguer-me

Pois sei, a vida me deu vários golpes

Apenas engoli, e todo caos esqueci……!

 

Pesadelo

Olho para os lados, nada vejo

Minha mente oscila e flutua

Pareço estar presa num labirinto

Fico Intacta não encontro fim.

***

Olho ao meu redor, vejo caos

Somente o caos, como suplício

No espelho minha pele pálida

E, apenas o medo faz sentido….

***

Deito -me, preciso descansar

Pode ser um simples pesadelo

Durmo esperançosa ao acordar.

***

Ah…era apenas um pesadelo

O sol está radiante o dia ameno

Respiro, penso: -Existe esperança…!

 

Não posso desvendar!

 

Não quero te fazer mais

poemas d’amor…

Chorei noites caladas por ti.

***

E, tudo que acrescentei,

foi este peso que carrego

Dentro da Alma

***

Não quero mais iludir-me…

Hoje tenho um sentimento de

revolta! Sinto o dia escuro…

***

Mas, eu repenso, e a saudade volta,

será que eu provoco!?

Que amor é esse!?

Vem de dentro da minh’alma…

***

Então, volto à pensar em ti!

Eterno, serás! És o amor intenso

que acalma e acolhe-me,

Transborda-me

***

Quem sou eu p’ra desvendar,

tudo que vem d’alma…

*Como desvendar o que vem da alma…!?

 

Não nego

Juro amor! Não nego, me apaixonei!

Cada minuto tortuoso, calada, chorei,

de amor extravasei, oscilei, tanta dor.

Súplicas ao vento! Intacta fiquei, amor.

***

Nobre, guardo comigo sua ternura!

Lágrimas cessaram, pesadas derramei,

tua essência pura, impregna, guardei,

vou ser feliz, entregar-me com nitidez.

***

Sigo em frente com audácia, vida curta,

quero curar minh’alma, eu mesma a feri,

transbordar vivência, concreta, merecida.

***

Sigo lúcida, aflorando sonhos e amor,

levarei tua incógnita e instigante doçura,

Despeço-me, n’alma levo teu calor…!

Fabiane Braga Lima é poeta de Rio Claro – São Paulo.

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