Roberto Amaral acusou dirigentes da legenda em Pernambuco de romperem acordo assinado ao não apoiar sua reeleição
Ig São Paulo.
O partido de Marina Silva, o PSB, vive um momento de turbulência desde que sua direção decidiu apoiar o presidenciável Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições presidenciais. Voto vencido na decisão, o presidente do partido, Roberto Amaral, criticou a deliberação da cúpula socialista, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Para Amaral, o partido deveria se manter independente no segundo turno. “Quando o Partido Socialista Brasileiro teve a oportunidade de avançar, de se preparar para construir uma proposta de socialismo para o século 21, ele optou pelo patriarcalismo, ou, se quisermos, pelo coronelismo”, disse o dirigente.
No próximo dia 13, o PSB vai eleger um novo presidente. Segundo o jornal, a direção do partido em Pernambuco decidiu lançar candidato mesmo tendo garantido que o apoiaria a reeleição de Amaral. A ala pernambucana da legenda hoje é comandada pelos herdeiros do ex-governador do Estado Eduardo Campos, morto num acidente aéreo em agosto.
“Essa é uma característica da classe dominante pernambucana. Mesmo quando o engenho vai à falência e o filho do dono do senhor de engenho vai morar em Boa Viagem [avenida em área nobre de Recife], ele continua ideologicamente senhor de engenho”, declarou Amaral.
Leia mais:PSB confirma apoio a Aécio no segundo turno
Amaral disse que o presidente do partido em Pernambuco, Sileno Guedes, se comprometeu por escrito em apoiar a sua candidatura a reeleição.
“Tenho um e-mail de 27 de agosto assinado por Sileno Guedes, presidente do partido no Estado, pelo prefeito [de Recife] Geraldo Júlio, dizendo que apoia a minha candidatura”, revelou Amaral, dizendo que a sua busca era por manter o PSB como um partido de esquerda.
O dirigente disse que boatos foram espalhados na imprensa contra ele, dando conta de que Amaral seria um agente do ex-presidente Lula e da candidata à reeleição à Presidência, Dilma Rousseff (PT) no PSB.