Entre os dias 28 de abril e primeiro de maio, diversas organizações, povos tradicionais e movimentos sociais de nove países se reuniram em Tarapoto, no Peru, para o VIII Fórum Social Panamazônico. O resultado dos debates realizados ao longo desses dias é a Carta de Tarapoto, um documento que reúne propostas de luta, resistência e mudanças para a preservação da panamazônia.
De acordo com Ismael Vega, do Comitê Internacional do Fórum, o evento foi um sucesso, principalmente pelo seu caráter participativo e democrático, e pela visibilidade dos aspectos mais importantes da agenda política dos povos da Amazônia. Vega afirma que a carta questiona o atual sistema capitalista e neoliberal, com o objetivo de construir novos paradigmas. Ele destaca ainda a participação das mulheres e a entrada da democratização da comunicação entre os pontos do documento.
Diana Aguiar, da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE), também avalia o evento positivamente. Para ela, o Fórum foi um espaço de aprendizado sobre o que tem ocorrido na panamazônia, de diversidade e riqueza.
Pela primeira vez na história do Fórum, a comunicação esteve entre os principais eixos temáticos, juntamente com as mulheres, a descolonização, megaprojetos, soberania e segurança alimentar, mudanças climáticas, educação e cidades.
Para Aguiar, dar voz às mulheres é fundamental, porque são elas que estão construindo tanto as resistências quanto as alternativas. No Fórum, além de terem um espaço específico elas ainda estiveram de forma transversal em todos os espaços. A realização do Tribunal de Justiça e Defesa dos Direitos das Mulheres Amazônicas e Andinas, composto somente por mulheres também foi um ponto alto do evento e será integrado às próximas edições.
Sobre o tema da democratização da comunicação, Diana Aguiar lembra que muitas vezes os movimentos não percebem a questão como política. De acordo com ela, é fundamental que a comunicação tenha destaque nesse contexto.
Marcha de abertura do Fospa 2017 (foto: Dilliany Justino)