Um projeto de autoria da vereadora Carla Ayres (PT) propõe a criação da Política Municipal de Atenção ao Climatério por meio de políticas de atenção à saúde, educacionais e assistência social no Município de Florianópolis. O climatério é a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo das pessoas que menstruam, mais conhecido como menopausa, e abrange em torno de um terço dessa população. Nesse período, aumentam as alterações hormonais e as probabilidades do surgimento de várias doenças e sintomas que causam prejuízos à qualidade de vida dessas pessoas.
Dentre as iniciativas do projeto proposto pela vereadora Carla Ayres, estão a ampliação e promoção do acesso às informações sobre saúde e climatério; a promoção da a saúde de pessoas trans masculinas, não binárias e gênero fluído; a realização de exames, hormonioterapia individualizada e distribuição gratuita de medicamentos; e a elaboração e execução de políticas públicas em prol da saúde e atenção ao climatério por meio de conferências municipais anuais. De acordo com a vereadora, o aumento na expectativa de vida da população brasileira aponta para a necessidade de serem criadas políticas públicas que assegurem o acesso à saúde para toda a população. “O nosso SUS tem um caráter universal, portanto, precisamos garantir que durante o climatério as pessoas que menstruam tenham um atendimento adequado às suas especificidades”.
Carla Ayres pontua ainda, que a saúde da população começa pelo acesso à informação: “Muitas pessoas não entendem que alguns sintomas ou problemas pelas quais elas estão passando são resultado das alterações hormonais decorrentes do climatério. Essas pessoas poderiam ter uma qualidade de vida muito melhor se recebessem a orientação médica adequada e assistência integral à saúde.” De acordo com o Ministério da Saúde, dentre os principais sintomas relatados durante o período do climatério, estão:
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Ondas de calor, acompanhadas de transpiração, tonturas e palpitações;
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Depressão ou irritabilidade;
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Insônia, má qualidade do sono e suores noturnos;
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Alterações nos órgãos sexuais, como coceira, secura da mucosa vaginal; distúrbios menstruais; diminuição da libido; desconforto durante as relações sexuais;
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Alterações no metabolismo; diminuição do tamanho das mamas e perda da firmeza; diminuição da elasticidade da pele, principalmente da face e do pescoço; aumento da gordura circulante no sangue; aumento da porosidade dos ossos, tornando-os mais frágeis.
O projeto ainda terá como prioridade as pessoas que menstruam que estejam em situação de rua, abrigamento ou em privação de liberdade e deverá favorecer a compreensão para pessoas não alfabetizadas. A matéria está em tramitação na Câmara Municipal de Florianópolis e não há prazo para ser votada no Legislativo municipal.
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