Por Gabriel Tussini.
O projeto Raízes da Cooperação, que atua na conservação de manguezais da Grande Florianópolis, lança nesta sexta-feira (8) o livro Mangues do Sul do Brasil. A obra, que conta com versões digital e impressa – com tiragem de mil exemplares, que serão distribuídos em instituições públicas de ensino, de pesquisa e em bibliotecas –, será apresentada no Centro de Visitantes do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (PAEST), em Palhoça (SC). Lá ocorrerão, na sexta e no sábado, o II Seminário de Educação Ambiental do PAEST e o III Seminário do Raízes da Cooperação.
O livro é o primeiro dedicado aos manguezais da região Sul, de acordo com o projeto – que é executado pela ONG Ação Nascente Maquiné (ANAMA). O ecólogo Dilton de Castro, coordenador da iniciativa e um dos organizadores da obra, destaca a importância da divulgação da importância ecológica e socioambiental desses ecossistemas. “Através das imagens, cartografias e textos de base científica, [o livro] busca difundir a importância desses ecossistemas, tanto pelo suas funções ecológicas como para as populações tradicionais, para a economia e culturas”.
“Perante a emergência climática, cada vez mais [os manguezais] são reconhecidos pelos serviços ecossistêmicos: de manutenção de vida, de proteção das zonas costeiras, de alta produtividade, de assimilação e dissipação de dejetos da moderna sociedade urbana-industrial. É notória a capacidade dos manguezais em capturar e fixar carbono, desempenhando papel estratégico no balanço global deste ciclo que está diretamente relacionado com as mudanças climáticas”, explica Dilton.
Além de trazer informações específicas sobre os manguezais do Sul – localizados na Baía de Paranaguá (PR), na Baía de Guaratuba (PR), na Baía de Babitonga (SC), na Grande Florianópolis (SC) e no Complexo Lagunar Imaruí-Santo Antônio (SC) –, o livro destaca também os serviços ecossistêmicos e a contribuição deles no combate às mudanças climáticas, como o estoque a fixação de carbono. Os manguezais do Sul, porém, estão ameaçados exatamente pelas mudanças climáticas – junto com os do Sudeste, eles são os mais vulneráveis do Brasil.
No último de seus quatro capítulos, o Mangues do Sul do Brasil divulga também trabalhos de conservação de manguezais realizados por projetos conservacionistas da região Sul, como o próprio Raízes da Cooperação e os projetos Olha o clima, Litoral, ProFRANCA, Meros e Rebimar. “Esta obra busca contribuir para a sensibilização social e políticas públicas sobre a urgência na conservação e restauração dessa maternidade de vida. Um ecossistema com saúde é saúde para as pessoas”, resume Dilton de Castro.
O lançamento faz parte da programação dos seminários realizados simultaneamente pelo PAEST e pelo Raízes da Conservação, na Casa Açoriana, que funciona no Centro de Visitantes do parque estadual. O evento, que ocorre nesta sexta e sábado, contará ainda com exposições de projetos socioambientais do Instituto de Meio Ambiente (IMA) de Santa Catarina, da Polícia Militar Ambiental de SC e das organizações Pró-Preá, ProFRANCA, Fundação Cambirela do Meio Ambiente (FCAM) e Viveiro Camarinha e Devir-argila: um processo para compor com outras espécies. A programação completa está aqui.