Acontece no Museu Tijucas, na grande Florianópolis neste domingo 04/08, a Exposição Caras Catarinas. A atividade gratuita tem abertura às 14h, prossegue até às 18h e faz parte do evento Som e Sol, dentro da programação do espaço cultural.
Integram a exposição dez máscaras teatrais que representam a diversidade cultural e a pluralidade do povo catarinense. Construídas a partir de uma extensa pesquisa e trabalho desenvolvido pelos artistas mascareiros catarinenses Blenda Trindade, Manon Alves, Persephone Ephemera e Sidney Ditrix, as obras ampliam o debate sobre as heranças culturais do estado.
Tijucas é a segunda localidade a receber a exposição que já passou pelo município de Caçador, no oeste do Estado. Para que tudo chegasse ao público de maneira representativa, com sensibilidade e carregado de memórias, o projeto passou por diferentes etapas. A criação das máscaras começou cedo, ainda na elaboração do projeto com a identificação de macroidentidades que contemplam, de maneira geral, grandes aspectos e características que diferem as regiões catarinenses. Cada mascareiro adotou sua macroidentidade para pesquisa, com início teórico, seguido de critérios coletivos e individuais de criação. Ao final do processo cada máscara traz a representação dos povos indígenas, quilombolas, caboclos e colonos de origem europeia.
Para a artista Manon Alves, de Chapecó, responsável pela criação de duas máscaras que compõem o projeto, foi um processo de observação do entorno. “Para mim esse processo criativo foi um tempo de parar e olhar para o rosto das pessoas, para os traços e perceber ali a diversidade de histórias que cada rosto carrega. Eu pesquisei e trabalhei na criação de duas identidades: a cabocla e a dos povos indígenas Xokleng. Foi um processo grandioso de aprendizagem, em achar o caminho para traduzir tantas lutas e modos de vida, em uma máscara onde as pessoas se sentissem representadas”, conta.
De acordo com a proponente Blenda Trindade, a ideia foi ir a fundo na temática e desenvolver uma investigação sobre identidade culturais. “A proposta nos questiona: quem somos nós catarinenses? Não temos uma imagem única que define o nosso povo, a nossa comunidade, em diferentes regiões. Somos muitos e somos diferentes em muitos sentidos: sotaques, modos de viver, modos de fazer e isso aparece nas nossas caras. Então partimos da ideia de contestar o senso comum de que Santa Catarina seria um estado de descendência europeia. Essa terra é indígena, é negra, é cabocla. O projeto parte dessa necessidade pessoal de me entender enquanto esse indivíduo que é coletivo. Cada rosto catarinense é uma tela viva, pintada das suas origens e influências. Aqui, a máscara assume um papel objeto em uma exposição para que no tempo que cabe, o público encare seus próprios olhos”, complementa.
Para todo o estado
Para quem não está em Florianópolis a Exposição Caras Catarinas também está disponível de maneira online através do site https://www.carascatarinas.art.br . No endereço é possível visualizar detalhadamente as obras que integram o trabalho, conhecer os artistas e outras informações sobre o projeto.
“O site vem para contemplar quem não consegue estar conosco nesse trajeto expositivo, para que também acesse, conheça e experiencie esse trabalho”, acrescenta Gustavo Zardo, produtor do projeto.
Multiplicação
Além da exposição, o projeto traz uma oficina de criação e confecção de máscaras teatrais. A atividade gratuita acontecerá nos dias 17, 18, 31/08 e 01/09, no Laboratório de Teatro e Animação – Ceart – Udesc. As inscrições estão abertas e podem ser efetuadas pelo link https://www.carascatarinas.art.br/oficina.html . A atividade é direcionada para pessoas a partir dos 16 anos, sem necessidade de conhecimento prévio na técnica.
Caras Catarinas chega à comunidade através do Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura, edição 2023, através da Fundação Catarinense de Cultura e da Lei Paulo Gustavo, através do edital 11.2023 – Demais Áreas em Tijucas.
Serviço:
Exposição caras Catarinas
04/08/2024 – domingo
das 14h às 18h
Museu Tijucas – R. Cel. Gallotti, 249, Tijucas – SC, 88200-000
Texto: Camila Almeida/ Girassol Cultural
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