Procura-se o mensalão

Por Raul Longo.

Quem achar, favor avisar à Revista Veja. Será regiamente recompensado.

Por pura maldade o ex-prefeito da Anápolis, Ernani de Paula, deu um bico no Mensalão que o bichinho saiu ganindo e se entocou em algum canto. Agora só a CPI do Carlinhos Cachoeira para desentocá-lo.

Uns dizem que está escondido debaixo da cama do Senador Demóstenes Torres, outros que se meteu atrás de um cofre do próprio Carlinhos Cachoeira, mas ninguém define se o das rendas do jogo do bicho, das máquinas caça-níqueis, do contrabando ou da corrupção em licitações com os mais variados níveis de governos de diversos estados. Há até quem aposte que no esconderijo de um cofre de tráfico de drogas. Vai se saber!

Fato é que a família Civita e seu corpo de colaboradores está desolada. Num desespero pungente, tal qual se lê no editorial da edição nº 2265 da revista Veja, principal boletim informativo dos Civita!

Informativo é modo de dizer, pois se o sabe mais para “alarmativo”. O que talvez justifique meu total desinteresse pelo que têm feito ou deixado de fazer os Civita, mas, obrigado a procurar uma clínica de exames gerais para ver se tudo anda em ordem com o corpo,  já que o espírito continua bem aconchegado por Oxuns e Iemanjás, dou com o desespero daquela tradicional família máfio-judaica pendurado lá na revistaria para o passatempo dos consulentes da clínica.

Insensíveis, por sinal, pois de todas as outras publicações sobre diferentes frivolidades, só a desta capa mantinha-se ali, sem despertar o menor interesse:

Posso imaginar que as demais publicações escolhidas pelos que aguardavam, também seriam de edições antigas, mas aquela me intrigou pelo anacronismo do assunto de capa, já tão sobejamente desqualificado e ridicularizado pelas investigações dos crimes cometidos pela dupla Demóstenes-Cachoeira.

Claro que como todo mundo também sei que quem adotou o Mensalão foram as famílias da mídia brasileira em geral, coligadas ou cooperadas num esforço inaudito para dar corpo e vida à cria batizada pelo Roberto Jefferson. E que depois de desafinar aqui e ali nas tantas festinhas em comemoração à unção do prematuro (há quem diga que se parido uns 6 meses depois, Lula não se reelegeria), Jefferson o passou para as mãos de CPIs e da Mídia num claro “Segura que o filho é teu!” e, antes de ser mijado, escafedeu-se sem sequer se despedir do vigário.

Não é pra menos! Nem os pais da criança aguentavam mais o chato daquele padrinho metido a barítono! Mas a verdade é que até aí ninguém sabia quem eram os pais da criança (se é que assim se pode chamar o monstrinho prematuramente abortado) e acabou sendo alimentado e criado com muito carinho nas mesas de edição dos Marinho, dos Frias, dos Mesquitas. E dos Civita também, lógico!

Diariamente saia de uma casa ia pra outra a qualquer hora e sobretudo nas madrugadas de lançamento de circulação, crescendo a olhos vistos, engordando com todos aqueles mimos e atenções.

No entanto, apesar de tanto zelo o moleque não passou de ano em 2006. Um espanto! Depois de tanto biotônico, tantos cuidados e fermentos, tudo para se moldar em enorme rapagão, um gigante a papar qualquer eleição que viesse a frente… deu-se em raquítico!

O que poderia ter havido? – perguntaram-se os que o adotaram. Adotivos, mas tão corujas quanto biológicos fossem, chegaram até culpar todo o resto da nação por não marchar de acordo com o passo do pupilo.

Culpa do padrinho canastrão não foi, mas já não adiantava mais entoar a mesma ária e se foi produzindo outros cruzamentos, promovendo outros abortos, e até a Mônica Serra, experiente no assunto, entrou nesse parir de monstruosidades em origami, como a bolinha de papel que detonou com a careca do marido. Nada deu certo e como com toda a ninhada que posteriormente veio de roldão, o Mensalão também foi abandonado.

Convenhamos que não foi pra menos! Afinal, embora tenha cumprido galhardamente com parte de seu papel ao promover bengaladas no José Dirceu, acabou provocando a ascensão e o reconhecimento nacional à Dilma Rousseff. Ou seja: trocou 6 por meia dúzia. Tirou o Palocci e pôs o Mantega! Mexeu com quase metade da equipe do governo Lula, mas o governo Lula provou-se ser mais do dobro de sua própria metade e acabou elegendo a sucessora que não precisou nem bater o pé pros vira-latas que latiam de longe, já receosos desde quando o Agripino Maia enfiou o rabo no meio das pernas, num tal aperto de um olho que os outros dois não paravam de piscar.

No entanto, a pergunta permanecia no ar: quem seriam os pais naturais do Mensalão? Os adotivos foram vários, entre os quais destacam-se as mais insignes famílias da mídia brasileira, mas até aí nenhum segredo. O assunto até andava meio morto, ainda que amornado pela previsão do julgamento do caso, há tantos anos requerido por seu principal acusado, o Dirceu.

Já se viu isso em algum lugar da história: um acusado implorar pelo próprio julgamento?!!

Pois quando a paternidade do Mensalão enfim se explicita, me espantou na esquecida edição pendurada ali na revistaria da clínica lotada de gente, hoje de manhã, o resgate do tema na capa do boletim dos Civita. Como havia muita gente que chegou na minha frente, não poderia deixar de tomá-lo às mãos, até para distrair o desconforto do jejum imposto, impondo outro ainda pior.

Pra minha sorte não foi assim nem com um nem com outro, pois a despeito de meu atraso na chegada fui chamado logo. Talvez em consideração ao duplo desconforto, o fato é que não tive de me expor à matéria e só deu para ler o apelo do editorial. Foi o que bastou para lembrar do conteúdo do link abaixo, que ainda nesta mesma semana distribui a todos meus correspondentes.

Copio novamente, aqui, o mesmo link da entrevista do PHA com o Ernani de Paula, ex-correligionário e amigo do corrupto do DEM e do Contraventor, para que melhor se possa dimensionar o desespero dos Civita que, por enquanto, são os mais intimamente envolvidos com os pais biológicos da criança, embora se saiba não terem sido os únicos a se responsabilizar pela engorda do monstrengo.

Estes demais, antes do galo cantar já tentam negar o topete do Cachoeira ou a calvície do Demóstenes, mas o maternal sangue judaíco-siciliano clama por aquele a quem amamentou, implorando pelo filho pródigo! Quem encontrar, favor avisar pelo amor do deus do Vaticano e das Sinagogas!

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