Por Amanda Navarro.
A reforma trabalhista de Temer, aprovada em novembro de 2017, mal completou 6 meses que está vigorando e já mostra seus avanços contra o direito dos trabalhadores: nesse período, houve uma queda de 40% dos processos trabalhistas.
Isso decorre de uma mudança pontual na CLT, pois com as novas regras, se o trabalhador perder a ação, terá que indenizar o patrão em todos os gastos, incluindo os honorários dos advogados e a multa aplicada. Dessa forma, o trabalhador se sente ainda mais acuado à recorrer judicialmente frente à uma lesão legal no local de trabalho.
No mesmo período de 2017 foram abertos 1,3 milhões de processos de trabalhadores contra seus empregadores, entretanto, desde a aprovação da reforma trabalhista de Temer, o número de processos recebidos pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) foi de 733 mil.
Além de precarizar ainda mais os contratos de trabalho, aumentando os regimes de trabalho informais, beneficiando diretamente os patrões que lucram ainda mais sobre a exploração do trabalho. Essa mudança que a reforma trabalhista implementou é totalmente conveniente para o empresário, que tem poder financeiro para pagar os melhores advogados e ganhar suas causas na justiça, enquanto o trabalhador depende de um judiciário golpista para ser defendido.
O judiciário, que já sinalizou claramente que não atua de maneira imparcial, teve figuras do alto escalão do governo e da toga que foram assíduos defensores do brutal ataque aos direitos dos trabalhadores que é a reforma. Figuras como Meirelles, o Ministro da Fazenda; O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso; a presidente do STF, Cármem Lúcia; entre outras figuras caricatas do governo golpista de Temer.