Processo contra Cury é admitido e deputado pode ser cassado por assediar Isa Penna

Trecho do vídeo que flagrou o parlamentar Fernando Cury em assédio contra deputada Isa Penna em sessão da Assembleia Legislativa de SP – Reprodução Alesp

Por Igor Carvalho.

Fernando Cury (Cidadania) será investigado pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Por 10 votos a 0, os deputados estaduais paulistas aprovaram a sindicância que pode culminar na expulsão do parlamentar por quebra de decoro.

“Apesar desse ótimo resultado, não podemos baixar a guarda, pois a cassação não está garantida. A luta continua para que não haja impunidade no caso”, pediu Isa Penna em suas redes sociais.

Em 16 de dezembro de 2020, durante sessão do plenário da Alesp, Cury se aproximou por trás e apalpou o seio da deputada estadual Isa Penna (PSOL), que conversava com integrantes da Mesa Diretora. Ato contínuo, a parlamentar apresentou a denúncia ao Conselho de Ética da Casa. O assédio foi registrado por em vídeo por uma câmera que transmitia a sessão.

Agora investigado na Alesp, Cury também é alvo de processos administrativos dentro do seu partido, o Cidadania, que também pode culminar na expulsão do parlamentar da legenda. Além de um inquérito instaurado pelo Ministério Público de São Paulo para apurar a conduta do deputado.

A admissibilidade da denúncia foi aprovada por unanimidade, com voto favorável de Emídio de Souza (PT), Erica Malunguinho (PSOL), Barros Munhoz (PSB), Estevam Galvão (DEM), Wellington Moura (Republicanos), Delegado Olim (Progressistas), Alex Madureira (PSD), Estevam Galvão (DEM), Adalberto Freitas (PSL) e Campos Machado (Avante).

Alex Madureira, apontado como cúmplice de Cury na ação, foi mantido no Conselho de Ética e também participará da investigação. Madureira e Cury cochichavam e sorriam momentos antes do assédio contra a deputada.

Cury alega, em defesa entregue ao Conselho de Ética, que não cometeu assédio contra Isa Penna e pediu a suspeição dos parlamentares do PSOL que foram incluídos no processo como testemunhas: Mônica Seixas, Carlos Giannazi e Erica Malunguinho.

A relatoria do processo contra Cury ficará com o PT: o deputado Emídio Souza será o responsável. Em 18 de dezembro, o petista já havia pedido celeridade na investigação. “Sugeri ao presidente da Alesp, Cauê Macris, para suspender o recesso e começar a apurar a gravíssima denúncia de assédio contra a deputada Isa Penna. Não dá para esperar até fevereiro. O caso exige rapidez e rigor”, pediu o parlamentar na ocasião.

A admissibilidade do processo por unanimidade e a posição de Souza indica que Cury pode sofrer graves sanções dentro do Conselho de Ética.

O deputado do Cidadania pode ser absolvido, advertido, suspenso por um período ou até cassado, caso cinco membros do colegiado assim votem.

Porém, caso a sanção mais grave seja escolhida, o plenário da Alesp decidirá e bastaria maioria simples para que a expulsão seja confirmada, ou 48 votos.

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