Prisão aos coronéis, mas, não é de graça

Por Claudia Weinman, para Desacato. info.

Quem irá pagar pela prisão do Deputado Federal João Rodrigues (PSD/SC)?

Coloca-se um no jogo do xadrez para homologar outro, afinal, no projeto do capital tem disso, um pano quente aqui, para desviar a atenção do público e depois se cumpre aquela agenda prometida aos “estrangeiros”. Nada vem de graça, naquela ideia da justiça não justa e também de não existir um “capitalismo humanizado”.

Existe uma ideia do cumprimento de um foro privilegiado para que o deputado não seja detido como qualquer outra pessoa. Mas é fato simbólico para o Extremo-oeste Catarinense o mandado de prisão que foi cumprido nesta manhã de quinta-feira.  João Rodrigues foi preso pela Polícia Federal (PF) tendo sido abordado na noite de quarta no aeroporto de Assunção, no Paraguai, após retornar de Orlando, nos Estados Unidos.

Sabe-se que a condenação de cinco anos e três meses foi determinada ontem (7) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, sua assessoria já divulgou que o parlamentar deseja cumprir seu mandato até o fim, já que estará em regime semiaberto.

João Rodrigues é conhecido no Oeste Catarinense como “deputado do pornô”, por assistir vídeos pornográficos durante sessão e como “João Merenda” por desviar dinheiro da merenda escolar em suas gestões na prefeitura de Chapecó/SC e Pinhalzinho/SC. Além disso, votou pelo impeachment de Dilma Rousseff, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos. Em abril de 2017 foi favorável à Reforma Trabalhista. Em agosto de 2017 votou contra o processo em que se pedia abertura de investigação do presidente Michel Temer, ajudando a arquivar a denúncia do Ministério Público Federal.

Foi escrachado em São Miguel do Oeste pela juventude da PJMP e PJR em uma audiência pública que reuniu deputados de vários partidos, quando se levantou como pauta na Câmara de Vereadores o tema das BR’s na região que há bastante tempo estão em estado de calamidade. João Rodrigues como sempre, arrogante, mandou o povo se calar, já que a população não foi até a Câmara para debater BR’s, assunto que já deveria ter sido resolvido, mas sim, cobrar dos deputados que votaram contra os direitos dos/as trabalhadores/as.

Teve vereador de São Miguel do Oeste perguntando em sessão posterior: “Mas o que o João Rodrigues fez para São Miguel do Oeste para ser tratado assim? Trouxe mais de um milhão de recursos! Coitado do homem!”.

O que ele fez é o que todo coronel na região faz, vota contra os/as trabalhadores/as, sustenta as bases do capital, tem planos de exercer a gestão mesmo depois de roubar dinheiro da merenda escolar, de assistir vídeos pornôs em sessão. Ele representa essa bancada fascista, representa esse projeto de golpe que a classe trabalhadora precisa destruir.

Vencer isso? Só com luta, organização. Nesse sistema não tem espaço para todos/as nós. Ou derrubamos isso ou nos iludimos com a prisão sabe lá por quanto tempo de um coronel que vai receber todas as regalias possíveis.

Claudia Weinman é jornalista e diretora regional da Cooperativa Comunicacional Sul no Extremo Oeste de Santa Catarina.

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