A Primeira Feira Gastronômica dos Imigrantes é uma cocriação entre brasileiros e imigrantes. Quando acreditamos em integração social e troca entre culturas, pensamos que o alimento possibilita a melhor maneira de conhecer um pouco mais sobre o outro. A culinária diz muito sobre aqueles que vem migrar para o Brasil.
Nesta edição pessoas do Senegal, Peru, Síria, Haiti, Marrocos, Itália, entre outros trarão o sabor de seus países, com pratos selecionados por eles. Para aqueles que experimentam, o alimento proporciona o estimulo do paladar, do olfato e tato, e para completar, teremos discotecagem e música ao vivo com cantores e compositores do mundo, além da mostra de curtas sobre refúgio e migração. A gastronomia envolve lembranças e memória afetiva, tornando a arte de se alimentar ainda mais prazerosa. Assim, esta Feira torna-se uma vivência sensorial para aqueles que vem visita-la.
Além dos quitutes mundiais, estaremos vendendo o delicioso Chopp Bugio!
Portanto, aproveite e saboreie o mundo em Floripa!
*LEVEM DINHEIRO TROCADO POIS NÃO ACEITAREMOS CARTÕES.
PROGRAMAÇÃO
11h: Início da Feira Gastronômica.
11h – 18h: Discotecagem e música ao vivo do mundo
– Wendell (cantor e compositor do Haiti)
Após cantar em coral, Wendell começou a compor em 2009. Ele conta que jamais pensou em fazer carreira solo, mas foi neste mesmo ano que decidiu ser cantor. Depois, ele começou a escrever e cantar nas igrejas na República Dominicana, onde também integrava o coral da Universidade na qual estudava. No momento, em que está no Brasil, ele já gravou duas canções compostas por ele e segue fazendo outras gravações em estúdio.
19h: Cinepracinha e Ocupa Lagoa apresentam mostra de cinco curtas sobre refúgio e migração
Migrantes: vidas em movimento, com curadoria de Sansara Buriti.
1. Deslocadas (dir. Eliza Capai/5min/SP/PE/RJ)
A incrível saga de mãe e filha, do sertão a Nova York, passando pelo Rio e São Paulo.
2. Rekomanse (dir. Ana Marinho,Beatriz Cerino, Caroline Figueiredo, Everson Chagas e Izabel Guzzon/12min/SC)
A chegada de imigrantes haitianos passa a mudar o cenário da cidade de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina. O documentário mostra as perspectivas e o cotidiano desses novos habitantes em busca de um recomeço para suas vidas.
3.Home Video (dir. Lucas Rached/18min/SP)
Pensado e filmado junto com os moradores da Casa do Migrante, Home Video apresenta o olhar do migrante sobre sua própria condição na cidade de São Paulo.
4.100% Boliviano, mano (dir. Alice Riff e Luciano Onça/ 14min/SP)
O filme acompanha o cotidiano de Choco, jovem boliviano que vive em São Paulo.
5.Eu Sou de Lá (dir. Sansara Buriti/25min/SC)
A mudança para um novo bairro faz Sansara perceber a existência de uma comunidade de universitários africanos. Ela vai ao encontro deles para conhecer suas origens, ouvir suas histórias, sonhos e desafios em Florianópolis.
Duração da sessão: 1h15
Classificação indicativa: 12 anos
20:30h: Roda de conversa e debate
21:30h: Encerramento das atividades
Queremos agradecer imensamente à querida amiga Fê Cogo pela arte e aos queridos amigos-parceiros-voluntári
PARA QUEM SE INTERESSAR EM SABER MAIS…
QUEM SOMOS
A Associação Cultural Cachola de Bernunça é um coletivo de artistas e pensadores sociais que pretende transformar a realidade em que estão inseridos. Através de processos de cocriação trabalham especificamente com o acesso à cultura e às artes, através do Cinepracinha e cursos de arte acessíveis; e com a integração social com imigrantes e refugiados. Este último tema tem sido trabalhado em encontros entre brasileiros e imigrantes e construído em conjunto. Pretendemos que a Feira tenha outras edições, que seja uma atividade regular, ocorrendo a cada três meses. Esta faz parte de um programa de integração social com imigrantes, como cursos ministrados por imigrantes para brasileiros e jantares organizados. Esta edição da feira está sendo realizada como uma das atividades de integração que as entidades participantes do Grupo de Apoio aos Imigrantes e Refugiados de Florianópolis (GAIRF) realizam a cada dois meses.
O QUE PENSAMOS
Nesta primeira edição, participarão seis imigrantes de diferentes origens e cinco brasileiros que trabalham com culinária. Os feirantes trocarão pratos entre si, de forma que saboreiem a variada culinária preparada por todos. Durante a Feira, os feirantes (brasileiros e imigrantes) estarão vendendo seus pratos para aqueles que forem com o propósito de visitá-la.
Além da proposta de integração, a Feira pretende gerar uma contribuição de renda para os imigrantes. Os contatos estabelecidos e a experiência culinária envolvidos poderão se desdobrar em outras atividades, como jantares organizados, podendo iniciar uma fonte de renda fixa para estes imigrantes.
Ao todo, ocorreram três encontros onde criamos em conjunto a ideia da Feira. Neles, as pessoas foram introduzidas umas às outras, houve trocas de saberes e fizemos atividades de integração. Aconteceram trocas muito lindas e sinceras. É muito gratificante fazer parte disso tudo.
Acreditamos que uma real integração com as pessoas migrantes é o reflexo de um mundo realmente humano.
POR QUE GASTRONOMIA PARA INTEGRAÇÃO
A culinária se relaciona a importância da cultura alimentar como memória e fator de propagação de um saber local. Sendo o alimento aquele que identifica uma localidade, uma cultura, um povo, dentro de um processo histórico cultural pode-se dizer muito sobre aqueles que vem migrar para o Brasil. O ato de alimentar-se “circunscreve acontecimentos e, embora conflitiva, uma refeição conjunta pode ser a melhor maneira de se colocar um ponto final nos desentendimentos, reforçando o sentimento coletivo e a integração social.” (MARQUETTO, Rut Maria et al., p.4). Portanto, embora o prazer seja abstrato e individual, a gastronomia possui peculiaridades simbólicas e subjetivas que abrem o leque dos sentidos perceptíveis da pessoa, inclusive para o encontro com o outro, estreitando laços afetivos.
Além disto, a culinária vem desempenhando um papel completamente novo na sociedade e vem demonstrando ser a arte mais difundida e aceita dos últimos tempos. Tornou-se um tema cultural tão importante quanto temas correntes, é reivindicada como aparentada às artes, ou mesmo aos negócios. (DÓRIA, Carlos Alberto in Revista Cult, edição 198). Movimentos como o Slow Food defendem o conceito mais abrangente de cultura alimentar, onde a gastronomia e culinária estão inseridas. Desta maneira, a variedade grande de expressões artísticas dentro do campo da cultura alimentar mostra-se necessária dentro da agenda de políticas públicas. Afim de incluir gastronomia e cultura alimentar entre os beneficiários da política de incentivo fiscal, a própria Lei Rouanet de 1991 foi alterada em 15 de julho deste ano. Sendo assim, seus espaços de socialização e integração revelam-se mais abrangentes e necessários para o público atual.
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