Presos de forma arbitrária desde junho, Janice Ferreira (conhecida como Preta Ferreira) e Sidney Ferreira tiveram finalmente pedido de habeas corpus (HC) aceito pelo Tribunal de Justiça de São Paulo nesta quinta-feira (10). A aceitação do pedido veio um dia depois da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Dhesca) afirmar que a prisão das duas lideranças de movimento dos sem teto tinha como objetivo pressionar a coordenadora da Frente de Luta por Moradia (FLM), Carmem Ferreira da Silva.
Preta e Sidney são filhos de Carmen e foram presos em meio a uma cruzada da justiça paulista contra lideranças sociais. Em nota do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC), os advogados de Preta, Augusto de Arruda Botelho e Beto Vasconcelos, comentaram que “permitir que Preta e Sidney respondam ao processo em liberdade é, nada menos do que, uma questão de justiça. E foi isso que pudemos presenciar aqui hoje no Tribunal, a justiça sendo feita. Essa é uma vitória importante dentro de um longo processo em que provaremos a completa inocência dos dois”.
À Fórum, o advogado Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe-SP), comentou que finalmente o tribunal dava uma resposta justa. “Enfim, o Tribunal de Justiça deu uma resposta diante da injusta e descabida prisão da cantora e atriz Preta Ferreira e de seu irmão Sidney Ferreira. Um primeiro passo visando desmontar as falaciosas acusações da Polícia e do Ministério Público que visam a criminalização dos movimentos sociais”, disse.
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Nesta quarta-feira, a coordenadora da Plataforma Dhesca, Denise Carrara, afirmou que “é evidente que eles foram presos por serem filhos dela, que é uma liderança fundamental do movimento social. Isso será incluído em nosso relatório sobre a criminalização dos movimentos sociais”.
Nos últimos dias, a mobilização em torno da libertação de Preta e Sidney ganhou bastante força, com diversos artistas e lideranças pedindo liberdade para a apresentadora do Boletim Lula Livre e seu irmão.