Presidente provisório do Egito divulga programa de transição

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Cairo, 9 jul (Prensa Latina) O período transicional egípcio durará entre seis meses e um ano, estabelece uma Declaração Constitucional emitida hoje pelo presidente provisório Adli Mansour, na qual se reserva faculdades legislativas.

A declaração foi difundida horas após incidentes perto do quartel geral da Guarda Republicana (GR) aqui, nos quais morreram 51 pessoas e quase 450 ficaram feridas.

O texto, conformado por 33 artigos e que entrou em vigor ontem à noite, será válido até a aprovação em referendo da próxima Carta Magna, substituta da aprovada em dezembro passado, cujo conteúdo, impugnado pela oposição que a descreveu como islamizante, é uma das causas da crise que estremece este país há nove meses.

Será composto um comitê de especialistas para que em um mês emende a Constituição, suspensa depois da substituição do presidente egípcio, Mohamed Morsi, na quarta-feira passada.

Mansour terá faculdades legislativas, cujo exercício implicará consultas ao gabinete, ainda em formação, modalidade que será anulada depois das eleições para a Câmara de Deputados, programadas para o próximo ano, assim como as eleições presidenciais.

Enquanto não chega esse momento, a política do Estado, o orçamento e a declaração do estado de emergência, por até três meses, estarão sob a autoridade do presidente provisório, segundo o texto.

A prorrogação das medidas de exceção por um período similar só será aplicável depois de sua aprovação em referendo.

Hoje, o Cairo e outras cidades egípcias mostram um aspecto de tensa expectativa depois dos distúrbios de ontem, que pioraram a crise em que este país está submerso desde os protestos da quarta-feira passada em demanda da substituição de Morsi pelo Comando das Forças Armadas.

Meios de comunicação da Irmandade Muçulmana (IM, islamistas) acusaram os militares de agredir fortemente manifestantes que oravam, ao amanhecer, durante uma sentada em frente à sede da GR, um dos lugares onde se suspeita que Morsi esteja retido desde sua destituição na quarta-feira passada.

Em uma tumultuosa coletiva de imprensa, os porta-vozes dos ministérios do Interior e de Defesa desmentiram as alegações baseando-se em imagens nas quais aparecem desconhecidos disparando contra os soldados, que sofreram uma baixa fatal, um tenente, e vários feridos.

Antes do início da coletiva, jornalistas de meios egípcios exigiram a expulsão do local dos representantes da rede satelital Al Jazeera Mubasher Misr (Al Jazeera Egito ao vivo, em árabe) aos quais acusaram de distorcer a realidade e incitar à violência.

Semanas atrás, as autoridades iraquianas ordenaram o fechamento da correspondente da emissora; em março de 2011, o Governo da Síria acusou à Al Jazeera de tergiversar a então incipiente crise nesse país árabe, transformada numa guerra com grupos armados que tentam derrocar pela força o presidente Bashar Al Assad.

Fonte: Prensa Latina.

Foto: Reprodução/Prensa Latina.

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