O referendo sobre a reforma da Constituição egípcia acontecerá nos próximos 14 e 15 de janeiro, anunciou neste sábado (14/12) em discurso o presidente interino do país, Adly Mansour.
Mansour falou perante um grande grupo de personalidades locais, entre elas o ministro de Defesa, Abdel Fatah al Sisi; o primeiro-ministro, Hazem al Beblaui; o xeque da prestigiada instituição sunita Al-Azhar, Ahmed al Tayyip; e um representante da Igreja copta.
O líder destacou que o novo texto constitucional é uma “tentativa de traduzir os pedidos dos egípcios” e demonstra que “Egito vai pelo caminho pacífico para aplicar o roteiro”.
Além disso, elogiou o acordo ao qual chegaram os 50 membros do comitê constituinte, que representavam diferentes setores da sociedade, para levar adiante a reforma constitucional, mas ressaltou que “esse texto não alcança a perfeição completa”.
Mansour comentou que o momento atual é “crucial” para o futuro do país e para cumprir o plano traçado pelo exército para a transição democrática após a destituição em julho do presidente islamita Mohammed Mursi.
“O Egito é um país que não aceita divisões”, argumentou o presidente interino, que lembrou dos egípcios que “lutam dia a dia para proteger as fronteiras e contra os terroristas”, em alusão às forças da ordem, que foram alvo de atentados por parte de radicais.
“Fizemos a revolução para ter um país no qual sejamos livres e se respeitem nossos direitos. Não renunciaremos a nossa liberdade”, acrescentou.
Por sua parte, o presidente do comitê constituinte, Amre Moussa, ressaltou em discurso anterior perante essa mesma audiência que a Constituição que será submetida a referendo “recolhe avanços, igualdade, liberdade, justiça e divisão de poderes como nenhuma outra Carta Magna”.
Segundo Moussa, a nova Constituição deixa “claro” que o governo e o presidente do Egito são civis. No entanto, entre outros pontos, o texto concede forte autonomia às Forças Armadas e lhes dá a prerrogativa de julgar civis e escolher o ministro da Defesa durante os próximos oito anos, ao mesmo tempo em que enfraquece o tom islamita que tinha a anterior Carta Magna, aprovada em dezembro do ano passado e atualmente suspensa.
Fonte: Opera Mundi.
Foto: Agência Efe