A junta militar que assumiu o poder após a queda de Hosni Mubarak, no início do ano passado, anunciou já a realização de uma reunião de emergência para regir ao que considera ser uma violação de uma ordem de tribunal.
As legislativas deram a vitória aos islamistas – a Irmandade Muçulmana, a formação política de onde Morsi é originário -, mas o Supremo Tribunal egípcio declarara-as nulas por terem sido usados dois sistemas de votação. Esta decisão foi sustentada pela junta militar.
Morsi, através de um decreto presidencial, determinou que o Parlamento deve abrir a sessão legislativa e manter-se em funções até à realização de novas eleições.
Trata-se de uma jogada de força de Morsi em relação aos militares que, sem Parlamento, emitiram um documento que lhes dava o poder legislativo, o poder sobre as Forças Armadas e algumas prerrogativas presidenciais. A junta militar anunciara também que as legislativas só se realizariam após a aprovação de uma nova Constituição, e que seria uma equipa por si nomeada a redigir a nova lei fundamental do país.
Ao legitimar o novo Parlamento – ainda que temporariamente, o Presidente do Egito fez saber que haverá legislativas 60 dias após a aprovação da nova Constituição – retirou também aos militares o poder sobre o novo texto fundamental, uma vez que será uma comissão parlamentar a redigi-lo em conjunto com uma delegação dos poderes locais.
Morsi, anunciou o seu gabinete, esteve hoje ao telefone com o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e visitará Washington em Setembro.
Foto: Mohammed Mursi é o primeiro Presidente islamista do Egito (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
Fonte: http://publico.pt