Presidente da Fundação Palmares contraria movimentos negros e celebra princesa Isabel

Foto: Arquivo pessoal

Da Coluna Painel de Camila Mattoso na Folha de S.Paulo.

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Sérgio Camargo, escolhido por Jair Bolsonaro para o cargo de presidente da Fundação Palmares, escolheu o 13 de maio para prestar homenagem à princesa Isabel e para “revelar a verdade” sobre Zumbi no site da instituição. Ele promete conteúdo sobre os dois nesta quarta-feira (13).

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A data escolhida, dia em que a Lei Áurea completa 132 anos, tem objetivo de polemizar com os movimentos negros, que exaltam em contraste o 20 de novembro, data da morte de Zumbi e Dia da Consciência Negra.

Camargo já chamou Zumbi de “falso herói” em outras ocasiões e já exaltou a figura da princesa, cuja importância é relativizada por boa parte das lideranças negras.

A comemoração do 13 de maio é criticada por não ter implicado em libertação de fato da população negra, que não teve oportunidades de inserção social na sequência da abolição.

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“O 13 de maio como dia da libertação é uma mentira cívica, como dizia Abdias do Nascimento, e conta com o cinismo escravocrata que é a marca da elite brasileira”, afirma Douglas Belchior, historiador e membro da Uneafro Brasil.

“O movimento negro desconstrói essas ideias do dia da libertação e da princesa Isabel como libertadora e redentora. Não ignoramos o 13 de maio. Nós o reivindicamos como um dia para refletirmos sobre a mentira construída, sobre a abolição inacabada. A população negra continua estruturalmente no mesmo lugar em que estava no dia seguinte à abolição”, completa.

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