Ex-conselheiro consultivo para assuntos indígenas da mineradora canadense Belo Sun Mining, o general da reserva Franklimberg Ribeiro de Freitas, alçado por Jair Bolsonaro (PSL) à presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai), terá de se posicionar sobre um projeto polêmico conduzido pela mineradora, para extração de ouro na Amazônia.
A empresa tenta autorização para fazer a exploração industrial de ouro nas margens do Rio do Xingu, no Pará, a apenas 13 quilômetros da barragem da hidrelétrica da Belo Monte.
A companhia afirma que o Projeto Volta Grande será a maior exploração de ouro da história do Brasil, com investimentos da ordem de R$ 1,22 bilhão. Há sete anos, porém, os canadenses travam um embate judicial para conseguir o licenciamento ambiental do projeto.
Franklimberg foi escolhido pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, para voltar ao comando da Funai, que já presidiu sob o governo Michel Temer. No ano passado, após deixar o órgão, ele foi nomeado para o Conselho Consultivo Indígena, Comunitário e Ambiental da Belo Sun.
Após deixar a Funai no ano passado, Franklimberg entrou para o time da Belo Sun, com a missão de dar um fim ao imbróglio de questões indígenas que o projeto, até então, ignorava. Há três povos indígenas que vivem na região e que, até então, não tinham sido considerados no processo de licenciamento: as comunidades das terras indígenas Paquiçamba, da Arara da Volta Grande do Xingu e dos indígenas desaldeados da região da Volta Grande do Xingu.
Ele deixou oficialmente o posto há menos de três semanas, no dia 28 de dezembro, quando pediu para sair da empresa.
No ano passado, Franklimberg foi alvo da Comissão de Ética Pública da Presidência da República por descumprimento da quarentena de seis meses entre sua saída da Funai e a entrada na Belo Sun, conforme revelou o jornal O Globo no ano passado.