O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris (PSDB-SP) disse, na noite desta quarta-feira (20/11), que vai editar um ato para proibir a homenagem prevista para acontecer na Casa ao ex-ditador chileno Augusto Pinochet. O evento havia sido solicitado pelo deputado estadual Frederico D’Ávila, do PSL – mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro.
“Assino nesta quinta um ato pra impedir o evento dentro da Alesp. A publicação sairá na sexta (22) no Diário Oficial do Estado. Obrigado!”, escreveu, em resposta à jornalista Daniela Lima, da Folha de S.Paulo.
O evento estava marcado para o dia 10 de dezembro. Aparentemente para mascarar o pedido, o evento foi marcado em homenagem a Augusto P. Ugarte, como que escondendo o sobrenome pelo qual era conhecido o ditador.
O general Augusto Pinochet tomou o poder após um golpe militar contra o presidente socialista Salvador Allende, em 1973. A chegada ao poder do general foi o resultado de uma conspiração apoiada pelos Estados Unidos e pela ditadura militar brasileira.
Pinochet comandou uma das mais sanguinárias ditaduras do continente. O regime resultou em mais de 3.000 mortos ou desaparecidos, milhares de prisioneiros torturados e estima-se em 200 mil os chilenos forçados a se exilar.
O regime ditatorial de Pinochet foi também o primeiro a implementar as reformas econômicas neoliberais, ainda nos anos 1970, afastando o Estado de áreas como saúde, educação e previdência. A destruição do sistema previdenciário do Chile e o endividamento da população que tem de pagar pela educação são dois dos principais motivos pelos quais os chilenos têm promovido manifestações contra o atual governo de Sebastián Piñera.